Suspeito de ter sido beneficiado pelo Governo de Marconi Perillo (PSDB), que teria, por meio de desvio de verbas publicitárias, pago despesas com energia elétrica de suas propriedades rurais, o conselheiro do Tribunal de Contas de Goiás Kennedy Trindade mantém em seu gabinete 20 servidores, sendo 12 deles comissionados, ou seja, de livre nomeação e exoneração.
Entre os funcionários comissionados lotados no gabinete de Kennedy Trindade está a própria esposa do conselheiro, Tarssys Costa de Araújo Trindade. Ela ocupa o cargo de Assessor II e recebe mensalmente, entre salários e gratificação por função, a bagatela de R$ 11,8 mil. Também consta na folha de pagamento do Tribunal, ocupando o mesmo cargo de Assessor II e lotada no gabinete de Kennedy Trindade, a cunhada do ex-governador de Goiás Marconi Perillo, Christiane Jayme Peixoto Amorim. Assim como a esposa do conselheiro, ela também tem um salário de R$ 11,8 mil.
Contas de luz
De acordo com reportagem divulgada pelo jornal O Popular, Kennedy Trindade teria sido beneficiado com o pagamento de 15 faturas de contas de luz da antiga Celg, totalizando R$ 24.644,15, relativas às suas propriedades rurais. O Dinheiro teria sido desviado de verbas publicitárias do Governo de Marconi Perillo, em 2016, e os pagamentos teriam sido feitos a pedido do então presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), Luiz José Siqueira.
As suspeitas de favorecimento ao conselheiro estão sendo apuradas pela Polícia Civil de Goiás no curso da Operação Sofisma, deflagrada em janeiro último, cujo objetivo é desvendar um esquema de corrupção operado entre os anos de 2015 e 2017 dentro da estrutura de comunicação do Governo de Goiás e que consistia no direcionamento de verbas públicas para sites e blogs ligados ao grupo que comandava o executivo estadual.
De acordo com o delegado do caso, Alexandre Otaviano Nogueira, o conselheiro Kennedy Trindade “pode estar incurso nos crimes de corrupção e peculato e ainda associação criminosa ou organização criminosa”. Com os novos fatos, dado que o conselheiro do TCE-GO tem prerrogativa de foro por função, os autos devem ser remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
