O prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), defendeu a candidatura de Daniel Vilela, vice-governador de Goiás e presidente Regional do MDB, para o governo do Estado em 2026. De acordo com Naves, essa é uma possibilidade natural e que terá o apoio de todo o grupo político que hoje forma a base do governador Caiado. “Essa vaga para governador em 2026, nesse primeiro momento, é uma vaga que já está ocupada”, disse o progressista, em entrevista ao jornal O Popular.
Para o chefe do executivo anapolino, o vice-governador goiano é um grande ator da política goiana e que vem construindo, por seus próprios méritos, sua história ao longo dos anos em Goiás, sempre trazendo consigo o legado do pai, o ex-governador Maguito Vilela. Naves é peremptório ao prever o futuro político do presidente do MDB goiano: “vai ser o nosso governador”, avalia.
Pragmático, Roberto Naves, que está no segundo mandato à frente da Prefeitura de Anápolis, portanto sem possibilidades de uma nova reeleição, e tendo descartado uma possível candidatura sua ao governo de Goiás nas próximas eleições estaduais, afirma que seu nome estará à disposição do grupo político que integra e que, com o apoio de Ronaldo Caiado, poderá discutir um novo projeto político. Embora não cite expressamente, é possível deduzir que seu nome estará disponível, inclusive, para vice-governador em 2026.
“Eu tenho vários sonhos de permanecer na política. Vou disputar eleição em 2026, com certeza na base do governador Ronaldo Caiado. Lá na frente a gente tem que colocar o nome à disposição de um grupo, e o grupo decidir no que você se encaixa”, explica.
Naves também fez uma defesa da sua ideologia política, e afirmou que representa a direita. Por isso, sustenta, não há a menor possibilidade de uma aliança partidária com o PT do deputado federal Rubens Otoni e do deputado estadual Antônio Gomide. Segundo o prefeito anapolino, essa relação está restrita ao campo administrativo e não se estenderá para uma aliança com vistas às eleições no Estado.
“Esse diálogo que eu tenho com (Antônio) Gomide, esse diálogo que eu tenho com o Rubens (Otoni), deputado federal por Goiás, é sempre buscando benfeitorias para a cidade de Anápolis. Caminhar junto eu acho praticamente impossível. Eu sou o cara que derrotei o PT em 2016. Eu sou o cara que derrotei o PT em 2020. Eu represento a direita. O que eu penso a respeito da igualdade de gênero não é o que o PT pensa. O que eu penso a respeito do aborto não é o que o PT pensa. Não teria como a gente fazer essa junção ao partido de esquerda, no caso, ao PT”, ponderou.
Considerado um dos homens fortes do PP em Goiás, Roberto Naves também defendeu a participação do seu partido no segundo governo de Ronaldo Caiado, embora entenda que será difícil a legenda contar com duas pastas na administração. Atualmente, o PP está representado no governo com o comando da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), cujo titular é Joel Sant’Anna Braga, irmão do presidente do PP goiano, Alexandre Baldy.
“Acho complicado o governo fornecer duas pastas para o PP sendo dada a dois irmãos. O que o PP quer é ajudar o governo, o que o nosso presidente tem dito é: se tiver uma missão e um projeto em que os quadros do PP possam contribuir para ajudar a melhorar a qualidade de vida do cidadão goiano, o PP está pronto para oferecer ao governador os melhores nomes”, disse Naves, sustentando que o melhor nome que o PP tem hoje, indiscutivelmente, segundo ele, é o de Alexandre Baldy.
Naves rechaça as avaliações de que Baldy teria saído enfraquecido da eleição para o Senado, quando foi apenas o 4º mais votado, obtendo 12,84% dos votos válidos, e diz que é preciso analisar o desempenho do progressista levando em conta outras nuances da disputa. Para o prefeito de Anápolis, o fato da base de Caiado contar com três candidatos acabou atrapalhando. Além disso, avalia, o bolsonarismo radical se mostrou muito forte em Goiás, favorecendo o candidato do PL, Wilder Morais, eleito senador por Goiás com 25,25% dos votos.
“Nós sabemos que nessa eleição ao Senado o bolsonarismo falou muito alto. A extrema direita falou muito alto no estado de Goiás. Em condições normais, eu não acredito jamais que o Baldy perderia a eleição para Wilder Morais. Com todo respeito ao Wilder, mas eu não vejo esse potencial político nele”, opinou.