Em entrevista ao jornalista Jarbas Rodrigues Jr, do jornal O Popular, o deputado federal Delegado Waldir (PR) disse que não se envergonha de ser visto como um político populista. “É um elogio. É estar próximo do povo. Não me envergonho desta origem”, disse.
O termo populista é utilizado para designar um político que adota um conjunto de práticas políticas que consiste no estabelecimento de uma relação direta entre as massas e o líder carismático, característico dos caudilhos, sem a intermediação de partidos políticos ou entidades de classes. Um governo populista, em geral, não se fundamenta em projetos e nem em programas consistentes de governo que visem a emancipação do cidadão, mas tão somente em políticas de apelo emocional, sobretudo para aliciamento da classe social de menor poder aquisitivo. A longo prazo, as consequências do populismo podem ser devastadoras, haja vista seu caráter paternalista, que tende a criar uma gama de cidadãos alienados e fanáticos que seguem cegamente o líder carismático.
Eleito deputado federal com mais de 270 mil votos, 179 mil só em Goiânia, Delegado Waldir não esconde o seu caráter populista e tem maximizado o discurso de grande apelo social, principalmente no campo da segurança pública. Bandeira de sua eleição para deputado federal, o combate à criminalidade na base da tolerância zero, onde pregava o “45 pro bandido”, em alusão ao calibre 45, numa mensagem subliminar de que “bandido bom é bandido morto”, tem contribuído para mantê-lo no imaginário do eleitor como o salvador da pátria numa cidade que agoniza como uma das mais violentas do mundo, sobretudo pela omissão e incompetência do Governo Estadual.
Infelizmente, a história tem mostrado que o populismo não leva a lugar nenhum. Exemplo mais próximo de nós, a Venezuela se vê vítima de líderes populistas que usaram essa proximidade com as massas justamente para se perpetuarem no poder. O pão e circo é o pragmatismo que permeia as práticas políticas de um populista.