O vice-governador de Goiás, José Eliton usou sua conta no twitter para fazer a defesa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), frente as delações de ex-executivos da Odebrecht, os quais acusam Perillo de receber cerca de R$ 10 milhões da empreiteira entre os anos de 2010 e 2014. De acordo com os delatores Alexandre Barradas e Fernando Cunha Reis, Marconi teria pedido R$ 50 milhões para Marcelo Odebrecht para, supostamente, favorecer a Odebrecht Ambiental em contratos de subdelegações de serviços de saneamento no estado.
No twitter, José Eliton escreveu que “Marconi submeteu-se a 9 horas de depoimento no Congresso e nada ficou provado contra sua biografia e honra pela CPI que investigou o caso”, referindo-se à CPMI do Cachoeira, aberta em virtude dos crimes apontados pela Operação Monte Carlo, da PF. No último dia 28 de março, no entanto, o vice-procurador geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, denunciou o governador de Goiás ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob a acusação de que ele teria recebido R$ 90 mil de propinas da Delta Construtora em 2012. Marconi Perillo foi denunciado pela prática de 2 crimes de corrupção passiva, cujas penas, somadas, podem chegar a 20 anos.
A denúncia da PGR é a fase final do inquérito aberto pelo STJ no curso da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que investigou um grande esquema de corrupção instalado no governo de Goiás, supostamente chefiado por Carlos Cachoeira e do qual, segundo a PF, faziam parte várias autoridades do governo goiano, além do ex-senador cassado, Demóstenes Torres. A operação Monte Carlo culminou com a instalação de uma CPMI no Congresso, que ficou conhecida como a CPMI do Cachoeira. Embora tenha terminado sem indiciar ninguém, a CPMI produziu um extenso relatório, onde o governador Marconi Perillo foi acusado de fazer parte do esquema.
Com o pedido de abertura de ação penal contra Marconi Perillo, a defesa do governador patrocinada por José Eliton no twitter perde credibilidade e respaldo na verdade dos fatos. A denúncia joga por terra o argumento de que “nada foi provado contra a biografia do governador”, já que os indícios necessários para a abertura da ação estão fundamentados na peça de acusação da PGR.