Confusão entre dois deputados goianos marcou a sessão de ontem na Câmara dos Deputados, quando era discutido o Projeto de Lei 8889/2017, que regulamenta a oferta do serviço de conteúdo audiovisual por demanda. A deputada Sylvie Alves (UB/GO), contrariada com o fato do deputado Gustavo Gayer (PL/GO) divulgar vídeo onde sugeria que ela teria votado a favor do projeto, foi tirar satisfações com o colega goiano, que reagiu chamando a deputada de surtada, doida e a acusou de tentativa de agressão.
Segundo Sylvie, o deputado Gustavo Gayer estaria divulgando informações falsas sobre sua posição em relação ao projeto que ficou conhecido como PL da Globo, fazendo crer que ela teria votado a favor da matéria. O liberal chegou a mostrar um print do painel, onde é possível ler “sim” na frente do nome da deputada goiana. O print, no entanto, não é da sessão de ontem (14/05), mas de outra votação, ocorrida em agosto de 2023, quando aí sim foi votada a urgência do projeto, que começou a tramitar em 2017.
Conforme explicou a deputada, quando votou pela urgência a intenção era acelerar a tramitação para que o projeto fosse votado no plenário, mas que a sua posição, e a posição do partido, sempre foi pela não aprovação do mérito.
Em vídeo postado em suas redes, Gustavo Gayer, que é pré-candidato à prefeitura de Goiânia, debocha da deputada e a chama de “surtada”, e diz que Sylvie não sabe defender seu voto. O deputado acusou a colega de tentativa de agressão e chegou a pedir um chá de maracujá para que ela se acalmasse. “Mulher doida, gente. Louca, louca, louca”, finalizou.
Nas redes sociais, a fala de Gustavo Gayer em relação à deputada Sylvie recebeu críticas e o bolsonarista foi acusado de machismo. Na avaliação dos internautas, sempre que uma mulher reage à provocação e/ou agressão de um homem machista, ela é taxada de doida, surtada e agressiva.
Depois de debates acirrados, o texto foi retirado de pauta por seu relator, o deputado federal André Figueiredo (PCT-CE) e não há data definida para que ele volte a ser apreciado pelo plenário. A matéria prevê a contribuição progressiva das empresas de streaming e plataformas de conteúdo para Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). O texto não fala sobre usuários.