Mesmo depois do estouro do escândalo da Lava Jato, que prendeu vários políticos e empreiteiros por suposto crime de desvio de verbas na Petrobrás, escancarando um criminoso esquema de lavagem de dinheiro e doação ilegal para campanhas eleitorais, os senhores deputados federais aprovaram ontem, 12/08, em segunda votação, a doação empresarial de campanha. As empresas estão autorizadas a continuar doando dinheiro a partidos políticos.
Conforme noticiado no Jornal O Popular, a PEC foi aprovada em segundo turno com 317 votos favoráveis -o mínimo necessário eram 308. Outros 162 deputados se posicionaram contrários ao texto. Houve uma abstenção.
A votação em primeiro turno, no fim de maio, foi palco de polêmica. Num primeiro momento, o plenário havia dado apoio insuficiente para aprovar a medida -266 votos, 44 a menos que o necessário para haver mudanças na Constituição. Após uma articulação liderada pelo presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), houve uma nova votação no dia seguinte, que contou com 330 votos favoráveis e 141 contrários.
Da bancada goiana, apenas 4 deputados votaram contra: Delegado Waldir (PSDB), Flávia Morais (PDT), Sandes Júnior (PP) e Marcos Abrão (PPS). Daniel Vilela e Pedro Canedo, únicos representantes do PMDB goiano na sessão, votaram a favor da doação empresarial.
A doação empresarial a partidos é vista como uma forma de se repassar o dinheiro oriundo de propinas aos partidos políticos que bancam operadores em órgãos públicos, como tem demonstrado a apuração dos crimes da Lava Jato. Pessoas indicadas por partidos políticos para ocuparem cargos nas estatais e ministérios cobram propinas de contratos com empreiteiras, principalmente, e com esse dinheiro abastecem o caixa dos partidos.