Com a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições deste 30 de outubro, único presidente que não conseguiu se reeleger no Brasil desde a implantação do instituto da reeleição, em 1997, analistas avaliam que a extrema-direita, movimento liderado pelo atual presidente, deve perder forças no Brasil e ceder lugar à direita racional, ideologia que havia sido, por assim dizer, engolida pelo extremismo bolsonarista.
Dentro do espectro político, a direita representa o movimento que descreve uma posição específica que normalmente aceita a hierarquia social como inevitável, mas que, quando moderada, é tolerante às mudanças, desde que gradual. A direita racional é, sobretudo, uma ideologia que respeita o estado de direito e a democracia eleitoral, e também promove políticas de assistência social.
No campo da economia, a direita racional, ou moderada, defende uma economia descentralizada, o mercado livre e o direito à propriedade privada.
Com o bolsonarismo em alta, políticos representantes da direita se sentiram oprimidos e impossibilitados de fazerem o contraponto necessário à extrema-direita, sob pena de serem acusados de esquerdistas e até de comunistas. Com a volta do país à normalidade política, o movimento de direita racional deve voltar e, com a nova configuração política Brasil afora, o governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), aparece como um dos principais protagonistas dessa corrente ideológica no país.
A atuação de Caiado em defesa da propriedade privada, do agronegócio e de outros temas caros à direita é incontestável e vem de décadas de trabalho junto às lideranças regionais e de sua participação na política nacional enquanto líder ruralista, deputado federal, senador e, agora, governador de Estado. Com a autoridade de principal líder do União Brasil, um dos maiores partidos do Brasil, Caiado terá a oportunidade de reorganizar o movimento direitista no país e, dentro do processo democrático, cacifar-se, inclusive, para uma disputa pela presidência do Brasil em 2026.