Ex-vereador em Goiânia, Jorge Kajuru se especializou em ferir a honra alheia e a detonar reputações de forma deliberada. Durante o seu mandato na Câmara Municipal, por inúmeras vezes, achacou a honra do próprio parlamento e de seus pares, chegando a declarar em rede nacional de televisão que 80% dos vereadores da Capital eram lixos não recicláveis.
Quem mais sofreu na pele os ataques rasteiros de Kajuru em Goiânia foi a primeira dama da cidade, Dona Íris de Araújo, o próprio prefeito Iris Rezende e a secretária de Saúde do Município, Fátima Mrué, inúmeras vezes atacados violentamente com palavras de baixo calão pelo edil falastrão.
No Senado, Kajuru continua sendo Kajuru. Sem responsabilidade, acreditando que um futuro pedido de desculpas vai resolver tudo, o senador do PSB investe na estratégia de eleger um inimigo, ou vários inimigos, para se destacar na política nacional. A vítima dessa vez é Gilmar Mendes, ministro do STF.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Kajuru chama Mendes de canalha e diz querer saber como o ministro tem R$ 20 milhões de patrimônio. “De onde você tirou esse patrimônio? De Mega Sena? De herança de quem você tirou, Gilmar Mendes? Foram das sentenças que você vendeu, seu canalha!”, afirma o senador.
Noutro trecho, o senador diz que Mendes é sócio dos ex-governadores tucanos Beto Richa (PR), Aécio Neves (MG) e Marconi Perillo (GO). “Nós vamos pegar, apurar, investigar todas as empresas que eles são sócios, que eles têm negociação, por que ele protegeu Aécio Neves, por que que ele protege o Marconi Perillo. Por que que ele protege tantos outros políticos”, disse Kajuru.
A destemperança do senador coloca Gilmar Mendes na condição de vítima e reforça a reação da Corte Suprema contra as críticas que vem recebendo nos últimos meses. Mendes pediu ao presidente do STF, Dias Tofóli, que tome as providências cabíveis para o que entendeu serem criminosas as declarações do senador.
Na prática, as bazófias de Kajuru enfraquece a luta de todos os brasileiros sérios e honestos por um Supremo Tribunal Federal que cumpra seu essencial papel na democracia brasileira.