Notícia de Fato encaminhada ao Ministério Público do Estado de Goiás denuncia que uma série de irregularidades teriam sido perpetradas no âmbito da Saneamento de Goiás S/A – Saneago nos últimos anos e aponta a suposta existência de uma organização criminosa atuando dentro da estatal goiana, envolvendo, segundo o MP-GO, no mínimo cinco pessoas jurídicas e dez pessoas físicas. Os valores desviados pela suposta quadrilha podem superar R$ 1 bilhão.
De acordo com despacho da promotora de Justiça Villis Marra, titular da 78ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, o denunciante, que não se identifica, teria narrado um grande esquema de corrupção dentro da Saneago, que envolve ex-presidentes da estatal de água de Goiás, além do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e presidentes e diretores da Caixa de Assistência dos Empregados da Saneago (Caesan).
Segundo o denunciante, um único diretor da Caesan teria adquirido um imóvel residencial nos EUA no valor de US$ 250 milhões de dólares e que essa quantia auferida pelo servidor seria fruto de propinas. Narra, também, que os ex-presidentes da estatal, José Gomes da Rocha, morto em 2016, José Taveira, um dos denunciados na primeira fase da operação Decantação do MPF/PF e Nicomedes Borges, hoje desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás, receberiam uma mesada mensal de R$ 1 milhão, cada, a título de propinas, paga por duas empresas fornecedoras da Saneago.
Além de outros esquemas de corrupção, o delator afirma ao Ministério Público que o ex-governador de Goiás Marconi Perillo seria beneficiário da metade das mesadas recebidas pelos presidentes da Saneago, ou seja, recebia R$ 500 mil reais mensais a título de propina, que eram entregues em sua fazenda no Município de Pirenópolis em barras de ouro e que um engenheiro da empresa tem provas de que a propina era entregue ao ex-governador.
Uma vez que a denúncia envolve pessoas detentoras de foro privilegiado, como é o caso do desembargador do TJ-GO, e que o ex-governador de Goiás, citado na delação, já responde a inquérito na Justiça Federal, a promotora determinou a remessa dos autos ao MPF para conhecimento dos fatos apontados nas representações, bem como para análise da viabilidade em se encaminhar referidas cópias à PGR para apreciação do suposto envolvimento do desembargador em esquema criminoso na Saneago.
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