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Política

Diante de uma condenação iminente, Bolsonaro suplica por anistia, hipótese pouco provável

Indiciado pela Polícia Federal pela prática dos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, o ex-presidente percebe que a única maneira de se livrar da cadeia será por meio de um anistia, hipótese cada vez mais distante

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Segundo a PF, Bolsonaro liderou a trama golpista no final de 2022, e a ruptura democrática não foi concretizada por "circunstâncias alheias à sua vontade"

Indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de ter tramado um golpe de Estado ao final de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro, pressentindo que não conseguirá se livrar das acusações que constam do relatório final da PF, já enviado à Procuradoria Geral da República para o oferecimento da denúncia, resolveu apelar ao Supremo Tribunal Federal e ao governo Lula por uma anistia, perdão que o livraria de cumprir até 28 anos de cadeia.

Bolsonaro confessou que discutiu com militares a decretação de estado de sítio, estado de defesa e uso do artigo 142 da Constituição, mas diz que foi tudo dentro das quatro linhas da Constituição, diferente do que afirma a Polícia Federal. Segundo as investigações, Bolsonaro não só teria conhecimento da trama golpista, como liderou toda a tentativa de golpe, que não aconteceu, segundo a PF, por motivos alheios à vontade de Bolsonaro e seus aliados.

Pressentindo que não escapará à condenação pela tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, crimes pelos quais foi indiciado pela PF, Bolsonaro suplicou ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, e ao presidente Lula, para que seja decretada uma anistia, perdão para os já condenados nos atentados de 8 de janeiro e para ele próprio. Lembrando que a trama golpista previa assassinar Lula, Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Eu apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal, eu apelo. Por favor, repensem, vamos partir para uma anistia, vai ser pacificado”, suplicou um Bolsonaro bem diferente daquele que esperava virar a mesa e continuar no poder no Brasil.

Apesar do apelo de Jair Bolsonaro, o cenário não aponta condições políticas para a decretação de uma anistia, principalmente depois dos atentados ao STF no início do mês, quando um bolsonarista morreu ao detonar uma bomba na própria cabeça.

O levantamento do sigilo do relatório da PF enterrou ainda mais a tentativa de se construir um ambiente favorável à anistia. A revelação do plano golpista, que pretendia assassinar autoridades, é um dos pontos que torna praticamente impossível o perdão aos indiciados pela tentativa de golpe de Estado.

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