Documentos enviados pela atual diretoria da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ao Ministério Público de Goiás comprovam que as dívidas deixadas pela gestão anterior superam os R$ 56 milhões. A “Notícia de Fato” foi enviada ao Promotor Fernando Krebs, titular da 57ª Promotoria de Justiça de Goiânia, no dia 06 de fevereiro deste ano. “Essas obrigações causaram-nos preocupação, vez que se trata de obrigação de pagar todos os débitos da Companhia que não foram saldados pela gestão anterior”, diz o documento assinado pelo Presidente Denes Pereira e pelo Diretor Administrativo/Financeiro, Nailton de Oliveira.
De acordo com a planilha levada ao conhecimento do MP-GO, as despesas foram orçadas, provisionadas e certificadas junto a Controladoria do Município, mas não foram pagas e nem tampouco foi deixado saldo em caixa para a quitação das mesmas. Os atuais gestores relatam que, em novembro e dezembro de 2016, houve o desconto na folha de pagamento dos servidores da Comurg, referente às consignações junto à diversas instituições bancárias, mas que os valores não foram repassados aos devidos credores. Isso teria ocorrido, também, com o IRRF referente ao período de agosto a novembro/16 e o INSS referente a novembro e dezembro do ano passado.
As despesas contabilizadas e inscritas na rubrica “Restos a Pagar” somam R$ 32, 6 milhões. Entretanto, salienta o documento, não havia suficiência de caixa para fazer frente a esse valor, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. Outros R$ 24 milhões, referentes a acordos entabulados pela gestão anterior e despesas diversas não pagas, referentes a consignações e encargos sociais, também integram o passivo da companhia. No ofício endereçado ao Promotor, a atual diretoria da Comurg diz que todas as medidas estão sendo tomadas para a solução do problema no menor prazo possível e pede a devida responsabilização daqueles que, por inação, omissão ou negligência, contribuíram para o descalabro encontrado nas contas da Companhia.