O Governo de Goiás foi pego de surpresa e mostrou-se absolutamente frustrado com o valor da Celg-D. A companhia foi avaliada em R$ 5,2 bilhões pela Corporação Financeira Internacional (IFC), membro do Banco Mundial, que foi contratada pelo BNDES. Com a privatização, Eletrobras e Celg Participações (CelgPar) irão receber juntas pelo menos R$ 2,8 bilhões com a venda de todas as ações por ter descontado no valor a dívida líquida da empresa, de aproximadamente R$ 2,4 bilhões.
O Governo de Goiás vinha divulgando na imprensa que o valor da companhia chegaria a R$ 10 bilhões depois que o Congresso aprovou a chamada desdolarização da dívida da empresa com a binacional Itaipu. O valor alcançado joga por terra os projetos do Governo de Marconi Perillo, que via na privatização da Celg talvez a única chance de viabilizar seu quarto mandato à frente do executivo Goiano.
Goiás atravessa um dos seus piores momentos financeiros da história do Estado. Com rombo que já chega a R$ 1,6 bilhão na conta centralizadora do Estado e déficit mensal de cerca de R$ 500 milhões, com a folha atingindo a cifra de R$ 1 bilhão mensais, o Governo de Marconi Perillo ficou absolutamente sem ação com a divulgação do pífio valor que entraria nos cofres do Estado em caso de privatização da companhia. Restariam ao Estado apenas R$ 1,3 bilhão, que diante da atual crise financeira não seriam suficientes para equilibrar sequer as contas mais urgentes do Estado.
Mas um patrimônio goiano esvai-se por entre os dedos da má gestão administrativa que tomou Goiás há mais de 16 anos.