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Política

Em nota, Iris Rezende entende que revista cria factoide para abafar
escândalo da Lava Jato em Goiás.

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O ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado (PMDB), divulgou nota à imprensa na qual diz estranhar “que neste momento de convulsão política diante dos inúmeros casos de corrupção desvendados pela Operação Lava Jato, a Revista Época tenha dedicado uma reportagem valendo-se apenas de ‘documentos’ de 30 anos atrás do Sistema Nacional de Informação (SNI), órgão da ditadura militar usado para vigiar políticos de oposição, para tentar atingir a mim (e a outros políticos) com informações equivocadas e absurdas”. Em artigo intitulado “Documentos do SNI mostram corrupção da Odebrecht na década de 80”, a Revista Época diz que “Iris recebeu 500 milhões de cruzeiros da empreiteira e usou 400 milhões na compra de uma fazenda em Cocalinho-MT”.

Para o político goiano, a Revista Época erra propositadamente a sua pauta, já que deveria estar debruçada sobre a notória lista da Odebrecht, vazada recentemente na imprensa, em que três políticos de Goiás aparecem como beneficiários de supostas propinas da empreiteira envolvida no maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Na nota, Iris não cita nomes. A lista a que se refere, no entanto, faz menção ao Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que aparece identificado com o codinome “Casero” (com essa grafia) e como suposto beneficiário de R$ 600 mil e outros R$ 200 mil. Em 2014, a mesma Odebrecht doou R$ 1,81 milhão para a campanha vitoriosa de Marconi Perillo em Goiás. Na última quinta-feira, 31/03, Marconi foi condenado a perda da função pública pelo Juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública de Goiás por crime de improbidade administrativa praticado em 2004.

Iris Rezende reivindica seu currículo político, com mais de 57 anos de vida pública, para rechaçar a reportagem que teria sido baseada exclusivamente em documentos de um órgão de repressão da ditadura: “exerço cargos públicos desde 1959, quando fui eleito vereador em Goiânia. Nesses 57 anos fui também deputado estadual, comandei a prefeitura de Goiânia três vezes, fui governador duas vezes, senador da República e ministro da Agricultura e da Justiça. Jamais, em tempo algum, tive meu nome envolvido em casos de corrupção. Nunca fui citado em grampo telefônico, bilhete ou mesmo codinome em lista qualquer”, afirmou.

Rezende diz, também, que jamais possuiu fazenda em Cocalinho (MT), como cita equivocadamente a reportagem, e lembra que foi efusivamente investigado pelo Ministério Público de Goiás sobre a origem do seu patrimônio: “durante seis anos, o MP investigou a evolução do meu patrimônio, com a quebra de meus sigilos bancário e fiscal. Ao final, o Ministério Público expediu um documento, de conhecimento público, atestando a lisura de minha conduta como homem público.

O líder peemedebista termina dizendo que lutou  incansavelmente pelo restabelecimento da democracia no País e que sempre defendeu com ardor os valores democráticos, entre eles a liberdade de imprensa. “Porém, me causa espanto e indignação que uma publicação nacional atenha-se a papeis do sombrio período da ditadura militar, no qual todos os direitos individuais foram sistematicamente atropelados e políticos de oposição perseguidos, para tentar manchar minha trajetória e me jogar nesse pântano onde encontra-se boa parte da política brasileira e, especialmente, de Goiás”, finalizou.

Leiam a íntegra da Nota

NOTA À IMPRENSA

Causou-me estranheza que neste momento de convulsão política diante dos inúmeros casos de corrupção desvendados pela Operação Lava Jato, a Revista Época tenha dedicado uma reportagem valendo-se apenas de ‘documentos’ de 30 anos atrás do Sistema Nacional de Informação (SNI), órgão da ditadura militar usado para vigiar políticos de oposição, para tentar atingir a mim (e a outros políticos) com informações equivocadas e absurdas.

Uma lista vazada da Operação Lava Jato recentemente alcançou mais de 300 políticos, citados como beneficiários de doações da Odebrecht. São eles quem devem explicações sobre doações ilegais ou possível recebimento de propina da empreiteira. A notória lista atingiu três políticos em Goiás. Essa é a pauta sobre a qual Época e outros veículos deveriam se debruçar.

Exerço cargos públicos desde 1959, quando fui eleito vereador em Goiânia. Nesses 57 anos fui também deputado estadual, comandei a prefeitura de Goiânia três vezes, fui governador duas vezes, senador da República e ministro da Agricultura e da Justiça. Jamais, em tempo algum, tive meu nome envolvido em casos de corrupção. Nunca fui citado em grampo telefônico, bilhete ou mesmo codinome em lista qualquer. Sempre exerci funções públicas com temor a Deus, zelo pela coisa pública e amor ao povo de Goiás.

Meu patrimônio é fruto do meu trabalho (do exercício da advocacia no período em que tive meus direitos políticos cassados pela ditadura) e parte de herança de meu pai. A propriedade rural citada na reportagem foi adquirida em 1982, portanto, antes de assumir o governo de Goiás, em 1983. Os recursos eram oriundos da venda de um frigorifico que pertencia ao meu pai, distribuído a mim e aos meus irmãos. Portanto, posso provar quantas vezes forem necessárias. E jamais possui fazenda em Cocalinho (MT), como cita equivocadamente a reportagem baseada apenas em registros de um órgão do regime militar.

É necessário ressaltar ainda que toda minha vida foi devassada pelo Ministério Público de Goiás, entre 1999 e 2004 – parte desse período sequer exercia cargo público. Durante seis anos, o MP investigou a evolução do meu patrimônio, com a quebra de meus sigilos bancário e fiscal. Ao final, o Ministério Público expediu um documento, de conhecimento público, atestando a lisura de minha conduta como homem público.

Lutei incansavelmente pelo restabelecimento da democracia no País. Defendo com ardor os valores democráticos, entre eles a liberdade de imprensa. Porém, me causa espanto e indignação que uma publicação nacional atenha-se a papeis do sombrio período da ditadura militar, no qual todos os direitos individuais foram sistematicamente atropelados e políticos de oposição perseguidos, para tentar manchar minha trajetória e me jogar nesse pântano onde encontra-se boa parte da política brasileira e, especialmente, de Goiás.

Iris Rezende Machado

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