A Empresa Sanefer Construções e Empreendimentos, por intermédio de um dos seus sócios, teria usado da influência sobre os diretores da Saneago para fazer ingerência junto ao próprio Governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB), para obstruir fiscalização do Tribunal de Contas, já que vinha recebendo pagamentos sem contudo apresentar a documentação necessária. A empresa estaria inadimplente com o fisco estadual e, mesmo sem apresentar a certidão negativa de débitos, recebia suas faturas. A informação é do Ministério Público Federal e foi publicada no jornal O Globo.
Os procuradores da República disseram ter detectado uma “contabilidade paralela” para distribuir propina “mediante saques em espécie das contas da empresa para ocultar a natureza ilícita dos recursos movimentados”. Há saques superiores a R$ 100 mil, e o valor movimentado chega a R$ 12 milhões, informa a reportagem.
Para o MPF parte dos desvios abasteceram a campanha de reeleição do Governador Marconi Perillo em 2014. Os investigadores mapearam contratos da Saneago com a Sanefer Construções e Empreendimentos, suspeita de participação no esquema, no valor de R$ 211 milhões. A empresa tem ainda R$ 139 milhões em contratos com outro órgão do governo local, a Agetop. A Justiça Federal determinou a prisão, buscas e apreensões e o bloqueio de bens dos sócios da Sanefer, Carlos Eduardo Pereira da Costa e Nilvane Tomás de Souza. O MPF sustentou que a empresa se vale de “pagamentos de propinas a funcionários da estatal e lavagem de dinheiro”.
Fonte: Jornal O Globo