O desfazimento da maior empresa goiana, a Celg-D, pode custar ao cofres públicos goiano e, concomitantemente, ao povo de Goiás, a bagatela de R$ 6 bilhões. A Companhia está avaliada em R$ 2,8 bilhões e o Estado de Goiás detém apenas 49% desse valor, o que representa algo perto de R$ 1,3 bilhão. O caso já é tratado como o maior prejuízo causado por um Governo ao seu povo da história de Goiás.
A Celg, que em 2010 valia a preço de mercado coisa de R$ 10 bilhões, poderia ter tido suas finanças saneadas naquele ano em acordo firmado pelo então governador Alcides Rodrigues e a Eletrobras. Na oportunidade, o Governo Federal concederia empréstimo de 3,7 bilhões ao Governo goiano em troca de 5% das ações da companhia e assim a Celg poderia reajustar suas tarifas e continuar operando com lucro no mercado de Goiás. O acordo, no entanto, foi barrado pelo então governador eleito, Marconi Perillo. O resultado foi a quebradeira geral da empresa. Em 2011, já sob a administração de Perillo, o Estado foi obrigado a ceder 51% das ações da Celg para a Eletrobrás a irrisórios R$ 56 milhões, menos de 1% do seu valor de mercado.
Também em 2011, o Governo teve que arcar com uma dívida de R$ 3,6 bilhões para viabilizar a federalização da empresa. Ou seja: Goiás perdeu 51% da companhia e ainda assumiu uma dívida bilionária, de R$ 3,6 bilhões. Agora, em 2016, para vender a empresa, que vale apenas 28% do que valia em 2010, o Governo teve que assumir, colocando na conta do contribuinte goiano, uma dívida de R$ 2,4 bilhões da estatal com a Caixa Econômica Federal. Essa era a condição primeira para que a venda da Celg pudesse ser viabilizada. Somando os R$ 3,6 bilhões de dívidas contraídas em 2011 e mais os R$ 2,4 bilhões que deverão ser levados à conta do consumidor goiano, são R$ 6 bilhões em dívidas que o Governo de Marconi Perillo contraiu para tentar vender a companhia, que hoje vale para o Estado de Goiás apenas R$ 1,3 bilhão. Se considerarmos o ativo que o Estado de Goiás perdeu, a conta chega próxima de R$ 15 bilhões.