Aliados governistas dizem que não pairam dúvidas sobre a fidelidade do deputado Bruno Peixoto (UB), atual presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, ao governador Ronaldo Caiado (UB) e à sua base. No núcleo palaciano, ninguém duvida que Peixoto reconhece, inequivocamente, a liderança que Caiado exerce em Goiás e que o deputado tem plena consciência de que o processo sucessório em Goiânia será conduzido pelo governador. As opiniões surgem em meio ao anúncio de recuo do presidente da Alego quanto a sua condição de pré-candidato a prefeito da capital.
Desde o início do ano passado, Bruno Peixoto iniciou uma intensa campanha midiática com vistas a se viabilizar o candidato da base governista para a prefeitura de Goiânia nas eleições de outubro próximo. A princípio, o deputado se colocou como uma alternativa aos nomes cogitados à época, como o de Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás, Iris Rezende Machado, e do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que, mesmo impedido pela legislação, ainda figurava como possível pré-candidato da base na capital. Bruno dizia que só seria candidato se assim decidisse o governador Ronaldo Caiado e também o vice-governador e presidente do MDB goiano, Daniel Vilela.
Apesar do discurso que indicava apenas ser mais uma opção da base, Peixoto começou a subir o tom e assumiu uma estratégia de comunicação mais agressiva, com críticas veladas a seus concorrentes e ameaças aos projetos do grupo governista, inclusive com insinuações de que poderia se candidatar ao governo em 2026, num claro recado a Daniel Vilela, que é o nome apoiado por Ronaldo Caiado para sua sucessão.
Nos últimos dias, surgiram informações de que o presidente da Alego poderia mudar de partido, caso fosse preterido na base. Isso teria causado a reação definitiva de Caiado, que teria exigido que Bruno se abstivesse de continuar atropelando o processo, que, como já havia sido declarado pelo próprio governador, se iniciaria de fato após o carnaval.
Na avaliação dos governistas, no entanto, Bruno pode ter sido induzido a erro por uma equivocada estratégia de marketing, que desconsiderou o protagonismo do governador Ronaldo Caiado – hoje com índice de aprovação que supera 80% – no processo de escolha do candidato da base em Goiânia. “Bruno e sua equipe tentaram construir a viabilidade do pré-candidato de fora para dentro da base, o que foi um completo equívoco”, pondera um aliado.
Diante da reação negativa de Caiado, Bruno Peixoto optou por renunciar à pré-candidatura e esperar a decisão do governador. “Estou adiando um sonho”, disse o presidente Alego à imprensa.