A prisão do Diretor de Obras Rodoviárias, José Marcos de Freitas Musse, da Agência Goiana de Transpotes e Obras (Agetop), comandada por Jaime Rincon, braço direito do Governador de Goiás, Marconi Perillo, joga um grande balde de água fria nas pretensões políticas de Rincon.
Musse foi preso na operação desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), do Ministério Público de Goiás, cujo objetivo é apurar a prática de crimes contra a Administração Pública, realizada por uma organização criminosa instalada em órgãos públicos do Estado de Goiás.
Esse grupo, segundo o MP supostamente valeu-se de funcionários fantasmas e de empresas laranjas para instrumentalizar desvios de dinheiro público. Investiga-se, ainda, práticas criminosas consistentes no favorecimento em licitações públicas, lavagem de dinheiro e retirada fraudulenta de restrições bancárias, cartorárias e no cadastro de proteção ao crédito, todos eles contando com a colaboração e participação de funcionários públicos.
Jaime Rincon, que despontava como o provável candidato ao Paço em 2016 pelo PSDB, com a benção de Marconi Perillo, vê-se agora diante de um grande e preocupante dilema. Marcos Musse, preso na operação, é diretor de uma das mais importantes área da Agetop, presidida por Rincon. Dizer que não sabia o que acontecia sob o seu próprio nariz dará a Rincon a pecha de um administrador incompetente, incapaz de comandar e controlar seus subordinados. Seria temerário, concluirá o eleitor, elegê-lo para comandar uma capital como Goiânia, se ele é incapaz de administrar uma mera agência estadual.
Por outro lado, admitindo que sabia dos malfeitos ocorridos na Agetop, Rincon estará irremediavelmente envolvido no imbróglio, cujo tamanho do problema nem o MP ainda tem noção. Antes mesmo de se lançar ao mar da política, Rincon se vê obrigado, sob qualquer uma das hipóteses, a recolher sua rede de pretensões. Uma eventual candidatura de Jaime Rincon à Prefeitura de Goiânia, diante do escândalo da Operação Compadrio, já nasce morta.