O jornal o Estado de São Paulo, edição desta terça-feira (15/10), destaca o compromisso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, com a boa prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica no Estado, e a luta do gestor goiano que culminou com a “expulsão” da multinacional Enel do território goiano. A italiana distribuidora de energia elétrica entrou em Goiás a partir da privatização da Centrais Elétricas de Goiás (Celg-D), em 2016, durante o governo tucano.
O jornal destaca que após sucessivos apagões que resultaram em prejuízos para produtores rurais e desassistência à população, Ronaldo Caiado, à frente do governo de Goiás, mobilizou o Ministério Público Federal, o Ministério das Minas e Energia e a própria Aneel para encerrar a atividade da empresa em solo goiano.
“Em 2019, Caiado assumiu com discurso crítico à empresa. No mesmo ano, apresentou um relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), listando todas as tentativas feitas pelo governo para tentar resolver os problemas na prestação de serviço, incluindo mais de 14 reuniões, além de um termo de compromisso assinado pela empresa na presença de representantes do Ministério de Minas e Energia, da Aneel, da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego)”, diz a matéria assinada pela jornalista Paula Ferreira.
Caiado lembra que a Enel nunca cumpriu o termo de compromisso assinado. Com a pressão do governador goiano e a iminente caducidade da concessão, uma das formas de extinção do contrato, que pode ser solicitada quando o serviço está sendo prestado de forma ineficiente, a Enel, após aprovação da Aneel, foi vendida à Equatorial Energia, numa transação que custou R$ 1,6 bilhão.
Histórico
A Enel comprou a Celg Distribuição (Celg-D), empresa estatal goiana que havia sido federalizada em 2012, por R$ 2,2 bilhões em 2016, cabendo a Goiás cerca de R$ 1,1 bilhão ou R$ 800 milhões líquidos, porém deixando um passivo de R$ 12 bilhões ao Tesouro Estadual. Ainda como Senador da República, Ronaldo Caiado acompanhou as negociações e desde então já se declarava contrário aos termos da operação, justificando tamanho prejuízo aos cofres do Estado de Goiás e à população goiana.
“E vocês viram que essa foi uma venda fraudulenta, até porque Goiás ficou com uma dívida no Tesouro de R$ 12 bilhões que nós, goianos, ainda temos que pagar. Chegamos ao governo e continuamos nessa luta, exigindo que cumprissem tudo aquilo que havia assinado no contrato, no momento da compra da Celg. E, mesmo assim, não cumpriam. Quando chegou agora, que eles viram que ia para a caducidade, rapidamente venderam a Enel para a Equatorial”, explicou o governador à época da conclusão do negócio que transferiu à Equatorial a distribuição de energia elétrica em Goiás.