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Política

Ex-assessor de Gustavo Gayer é condenado a 14 anos de prisão pelo STF

João Paulo de Souza Cavalcante, um dos investigados na Operação da Polícia Federal que apura desvios de recursos públicos por parte do deputado bolsonarista goiano, foi condenado por participação no 8 de janeiro

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João Paulo Cavalcante, condenado pelo STF a 14 anos de prisão, ao lado do deputado federal Gustavo Gayer

Ex-assessor do deputado bolsonarista goiano Gustavo Gayer (PL), o empresário João Paulo Cavalcante, de Goiânia, foi condenado à pena de 14 anos por participação na tentativa de golpe do 8 de janeiro, em Brasília. A decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que João Paulo, de forma livre e consciente, tentou, com emprego de violência e grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo e restringindo o exercício dos poderes constitucionais legitimamente instituídos. Cavalcante também é peça central da investigação da Polícia Federal, que apura desvios de recursos públicos por parte do deputado Gustavo Gayer.

Na denúncia acatada pelo STF, o Ministério Público sustenta que uma turba violenta, da qual João Paulo fazia parte, com emprego de violência, invadiu as sedes dos Três Poderes, em Brasília, com o objetivo declarado de promover a abolição do Estado Democrático de Direito e a deposição do governo legitimamente constituído.

“O manifestante identificado como João Paulo de Souza Cavalcante se envolveu ativamente no ataque ao Congresso Nacional, no dia 08/01/2023, e gravou um vídeo em que aparece em primeiro plano, comemorando e incitando a participação de outras pessoas nos atos antidemocráticos”, diz relatório da Polícia Federal.

No seu voto, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, rejeitou todas as preliminares arguidas pela defesa de João Paulo e julgou procedente a ação penal para condená-lo a pena de 14 anos, sendo 12 (doze) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 1 (um) ano e 6 (seis) meses de detenção e 100 (cem) dias-multa, cada dia multa no valor de 1/3 (um terço) do salário mínimo, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada, além do pagamento de multa no valor de R$ 30 milhões, a serem pagos de forma solidária com os demais condenados.

Ligação com Gustavo Gayer

Mensagens interceptadas pela Polícia Federal mostram que o empresário João Paulo diz ter alertado Gustavo Gayer sobre irregularidades no uso de verbas públicas. A investigação aponta que o deputado bolsonarista goiano utilizou recursos da Câmara para custear uma escola de inglês em seu nome.

“Ou seja, a escola tá sendo paga com recurso público e tá sendo usada pra um fim totalmente que tipo num existe, né. Num tem como ser assim e aí eles vão levando ou seja ainda não entenderam a gravidade, sabe. Moço pra esse povo já ter alguém ali na porta fiscalizando… filmando… vai ser igual o caso aquela mulher do Popular na Assembleia (…)”, disse o empresário, agora condenado pelo STF.

A PF sustenta, ainda, que o deputado goiano usou expedientes fraudulentos para contratar João Paulo Cavalcante como seu assessor. Segundo a autoridade policial, foi o deputado quem engendrou as medidas que possibilitaram contratar a empresa “Goiás Online”, de propriedade de João Paulo, cuja finalidade era remunerar o assessor, já que ele não reunia condições legais para ser admitido como tal pela Câmara dos Deputados.

Ainda segundo a Polícia Federal, para além dos desvios em favor de João Paulo, que teria recebido ao menos R$ 24 mil, existem indícios que Gustavo Gayer pode ter empregado recursos públicos, de cota parlamentar, destinados a arcar com aluguel de gabinete parlamentar, que era usado também para o funcionamento de sua empresa particular.

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