O ex-secretário da Cultura do Governo Bolsonaro, Roberto Alvim, demitido após a repercussão negativa de um vídeo divulgado por ele, onde faz plágio do discurso do alemão Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler durante o regime nazista alemão que matou mais de 6 milhões de judeus nas décadas de 1930 e 1940, desmentiu apoiadores de Jair Bolsonaro que insistiam em dizer que ele havia sido induzido ao erro por uma bem articulada estratégia da esquerda, que teria inserido trechos do nazista em seu discurso.
Apoiadores do presidente, como o pseudo filósofo Olavo de Carvalho, seguido por uma gama de fiéis apoiadores de Bolsonaro, divulgaram que Roberto Alvim teria sido enganado pela própria assessoria e que não tinha a menor ideia de que o discurso lido no vídeo fizesse apologia ao nazismo. Na realidade, queriam fazê-lo parecer um débil mental, sem capacidade de discernir o que de fato estava dizendo. Alvim não se submeteu à essa estratégia.
Na noite do último domingo, Alvim divulgou um vídeo em que assume a responsabilidade por seu discurso no vídeo em que copia a fala de Joseph Goebbels. O ex-secretário da Cultura de Jair Bolsonaro afirma a seus contatos em grupos do WhatsApp que seus assessores Denia Magalhães, Alessandro Loiola e Alexandre Leuzinger “não têm absolutamente nada a ver com a escritura do meu discurso”.
“Eu escrevi o texto do meu discurso no vídeo, a partir de várias fontes e ideias, que me chegaram de muitos lugares”, afirmou. “Não percebi nada errado ali, mas errei terrivelmente ao não pesquisar com cuidado a origem e as associações de algumas frases e ideias e assumo a responsabilidade por meu erro. Perdi tudo por causa desse erro terrível”, disse Alvim, deixando sem graça os aliados que tentavam criar um factoide para amenizar a gravidade do discurso.