Chamou a atenção a fala do presidente metropolitano do MDB, Carlos Júnior, em entrevista ao Diário de Goiás nesta terça-feira, 17. O dirigente partidário afirmou que o partido em Goiânia não se resume a Iris Rezende. A fala causou estranheza no meio político e jornalístico. Iristas que estariam apoiando o candidato do MDB para a Prefeitura de Goiânia ficaram surpresos com a afirmação.
“Ele entrou de salto alto, achou que o MDB de Goiânia se resumia a Iris Rezende e achou que a eleição estava ganha. O MDB de Goiânia é forte, tem militância e não se resume a Iris Rezende. Foi à luta, pediu voto e levou seu candidato. Agora ele se assustou com essa militância e começou a falar bobagem”, disse Júnior ao abordar o resultado da eleição em primeiro turno.
Para analistas políticos ouvidos pelo Blog, a fala de Carlos Júnior soou depreciativa a Iris Rezende, dono de uma carreira política incomparável no estado de Goiás. Com 62 anos de vida pública, no MDB desde a sua fundação, Iris tem uma extensa ficha de serviços prestados ao partido e à população goiana e vai encerrar sua carreira deixando um legado absolutamente inquestionável.
Embora Iris tenha afirmado que não participaria do pleito para sua sucessão em Goiânia, o MDB usou, durante todo o primeiro turno, a sua imagem no programa gratuito de televisão, associando seu nome ao de Maguito Vilela, candidato do partido a prefeito da capital.
A fala do presidente metropolitano do MDB soou como sendo o início de uma estratégia para isolar o decano emedebista tão logo ele encerre o seu mandato, em 31 de dezembro próximo. Analistas entendem que ao dizer que o MDB não se resume a Iris Rezende, o presidente prepara o partido para a “virada de página” apregoada por Daniel Vilela lá em 2016, quando Iris ainda decidia se seria candidato a prefeito de Goiânia, o que de fato ocorreu e terminou com a vitória do emedebista para o seu quarto mandato à frente do executivo goianiense.