Desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo mundo, Goiás vem se preparando para lidar com o problema. Seguir as recomendações técnicas da Organização Mundial de Saúde (OMS), e demais autoridades científicas reconhecidas, e analisar a relação “ações de governo x reação do coronavírus” constatada nos outros Estados e países estão entre os protocolos adotados no governo estadual para tomada de decisões. Até aqui, tem dado certo.
Os números que comprovam o cenário otimista em Goiás foram apresentados nesta sexta-feira pelo secretário de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), Adriano Rocha Lima. Segundo ele, o isolamento social é adotado como uma tentativa de reduzir o chamado R0, que mede a capacidade que cada pessoa com Covid-19 tem de contaminar outras pessoas.
Para exemplificar, o titular da Sedi apresentou três cenários, partindo como princípio o dia 27 de março, quando iniciou a transmissão comunitária da Covid-19 no Estado. No primeiro (curva verde), se Goiás mantiver os mesmos protocolos que já estão em vigor, dentro de 30 dias pode registrar 21 mil casos de coronavírus e cerca de 200 mortes, consumindo 278 leitos de UTI. Na segunda hipótese (curva azul), ele explica que, “se além de mantermos o isolamento, os hábitos de higiene forem intensificados, podemos reduzir esses 21 mil para 9 mil casos e as mortes para menos de 200, economizando muitos leitos de hospital e de UTI”.
No terceiro e último cenário, a curva vermelha indica o resultado de um relaxamento de medidas, inclusive o de isolamento social. “[O cenário na saúde] pode explodir, chegando a 110 mil casos em 30 dias, com quase 400 óbitos e consumindo mais de 500 leitos de UTI”, projetou Adriano. A tendência é que os números se multipliquem a cada dia que passa. “O pico de contaminação em 40 dias, nesse caso, pode chegar a 2 milhões de infectados em Goiás”, disse.
Sobre o cenário de relaxamento de medidas, que provocaria caos na saúde pública, o governador classificou que “seria uma falha imperdoável deixar a população correr esse risco”. Por isso, tem promovido uma união de esforços para vencer a pandemia com o menor número de mortes possível. O estudo apresentado nesta tarde foi fruto de parceria entre o Centro de Operações de Emergências (COE), da Sedi, da SES-GO, do Instituto Mauro Borges e da Universidade Federal de Goiás (UFG).