O Governo de Goiás, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), começou no sábado (06/03) a imunização em Cavalcante, que abriga 80% desta população. Em seguida a aplicação segue por Monte Alegre e Teresina de Goiás. Serão imunizados todos os 5.252 nativos dos três municípios. A previsão é de que a ação ocorra até dia 15 de março, na aplicação da primeira dose.
O envio das vacinas foi anunciado pelo governador Ronaldo Caiado no dia 4 de março. Em publicação nas redes sociais, ele definiu a operação como um momento de grande emoção. “Esse povo carrega séculos e séculos de história na pele. São pessoas que preservam sua cultura como quem cuida do bem mais precioso. Eu fiz o compromisso de cuidar de cada um dos 7,2 milhões de goianos, sobretudo dos mais vulneráveis”, afirmou.
As comunidades representam uma parcela significativa da população local e, com a imunização, haverá a redução dos riscos, além de ampliar ações de prevenção. A destinação das doses aos Kalunga foi possível porque o Estado entrou na cota do Fundo Estratégico de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, e recebeu doses extras devido ao cenário de emergência.
Logística
Um dos maiores desafios da imunização na região é a mobilidade. Isso porque algumas comunidades vivem isoladas e em locais de difícil acesso. Em meio ao período chuvoso, o nível dos rios também vira empecilho, já que em alguns casos os veículos não conseguem atravessar. Por esses motivos, os profissionais da saúde, que integram a missão, já saíram de Goiânia com itens essenciais na bagagem, como alimentos de fácil armazenamento, para consumo durante os trajetos e até barracas. Em alguns trechos da rota é necessário montar acampamento para pernoitar.
As doses destinadas às comunidades Kalunga são da CoronaVac, fabricada pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O imunizante precisa ser armazenado entre 2º e 8º C para ter eficácia garantida. Aqui, entra mais uma estratégia da força-tarefa: o roteiro da viagem. “Foi levada a quantidade de doses suficientes para cada destino. As vacinas ficam em uma caixa térmica, com termômetro. A equipe também leva uma caixa lacrada de gelox (gelo reutilizável)”, detalha Flúvia.