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Política

Gustavo Gayer abre guerra contra Vitor Hugo e implode o PL em Goiás

Deputado, que é presidente do PL Metropolitano, acusa o ex-deputado, vereador eleito de Goiânia e vice-presidente do partido em Goiás de trair os interesses da legenda no estado, ao intermediar encontro entre Bolsonaro e o vice-governador Daniel Vilela. Vitor Hugo nega as acusações e diz que política se faz com diálogo

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Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo travam guerra por futuro do PL em Goiás

O deputado federal Gustavo Gayer, presidente do PL metropolitano, declarou guerra ao vereador eleito de Goiânia, ex-deputado Major Vitor Hugo, que é também vice-presidente do partido em Goiás. O motivo, segundo o próprio deputado, um dos mais radicais bolsonaristas na atualidade, teria sido o fato de Vitor Hugo ter intermediado uma reunião entre Jair Bolsonaro e o vice-governador Daniel Vilela. Para Gayer, o correligionário teria, sem autorização do diretório goiano, tratado de apoio a Vilela em 2026, o que é negado pelo vereador mais votado de Goiânia nas últimas eleições.

Segundo bastidores, Jair Bolsonaro, ao tomar conhecimento da contenda em Goiás, teria ligado para o presidente do PL goiano, senador Wilder Morais, e exigido que fosse colocado um ponto final na briga interna. As informações são de que o ex-presidente não irá admitir que Vitor Hugo seja tratado como “traidor”, já que foi ele mesmo quem deu sinal verde para a reunião com Daniel Vilela. O ex-deputado é muito próximo de Bolsonaro e foi líder do ex-presidente na Câmara dos Deputados.

Ao tomar conhecimento do encontro, Gustavo Gayer teria publicado nota em nome do diretório municipal do partido, onde repudia a atitude de Vitor Hugo e o ameaça de expulsão do partido. Vitor Hugo, por seu turno, chamou a nota de autoritária e ironizou Gayer, fazendo referência a países onde as lideranças são autocráticas. Hugo disse que defende a liberdade de expressão e a liberdade de pensamento, e sustentou que Bolsonaro, em momento algum, foi induzido a receber ou a conceder a Daniel Vilela a medalha que ele costuma presentear quem ele admira.

Num vídeo extenso, Gayer alega que Bolsonaro teria sido enganado e afirma que ele não conhecia Daniel Vilela, o que não parece crível, já que o emedebista foi colega do ex-presidente na Câmara dos Deputados, além, claro, de ser vice-governador do estado governado por Ronaldo Caiado, um dos principais nomes da direita na atualidade. Os argumentos de Gayer sugerem que Bolsonaro seria uma espécie de manipulável, sem condições cognitivas de tomar suas próprias decisões, o que não parece ser o caso.

Causa da briga no PL goiano, Daniel Vilela afirmou, também em vídeo publicado nas redes, que a conversa com Bolsonaro é algo absolutamente corriqueiro nos bastidores políticos e prática comum entre líderes partidários.

“O que nós fizemos foi algo normal, corriqueiro, e que todos os partidos e líderes políticos, que têm maturidade política, que têm inteligência fazem, que é dialogar e conversar. Se vão estar juntos no próximo processo eleitoral ou não, é outra história. A conjuntura nacional, a conjuntura local, é quem vai dizer”, frisou.

Desagregador

Nos bastidores, é quase um consenso que a conduta do deputado federal Gustavo Gayer, um dos principais nomes do PL e aliado intransigente do ex-presidente, não tem ajudado o partido a ampliar sua base de apoio. Ao contrário, dizem os próprios correligionários do liberal, o radicalismo de Gayer aprofunda o isolamento do partido e, a exemplo do que aconteceu em Goiânia e Aparecida de Goiânia, empurra o PL para derrotas que têm consequências direta no projeto futuro do seu presidente em Goiás.

Para analistas, comportamento como o de Gayer impede que o PL de Wilder Morais construa alianças capazes de viabilizar uma candidatura competitiva em Goiás, seja em 2026 ou 2030. Os especialistas avaliam, ainda, que, diante da conduta extremista do correligionário de Wilder, é possível que o liberal chegue em 2026 sem nenhum dos 27 prefeitos eleitos pela sigla este ano, já que os gestores municipais terão, inevitavelmente, que manter uma boa relação com o governo estadual, o que seria impossível diante do radicalismo e intransigência defendida por Gayer.

Aliados afirmam que Bolsonaro teria debitado à conta de Wilder Morais e de Gustavo Gayer as derrotas sofridas nas eleições municipais de Goiânia e Aparecida de Goiânia. Segundo o que se comenta em privado, o ex-presidente alega que não teria sido informado da realidade eleitoral dessas cidades e que teria arriscado sua popularidade em candidatos que os correligionários sabiam que não teriam condições de vencer a base governista de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela.

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