O pré-candidato do Patriota ao governo de Goiás, Gustavo Mendanha, foi às redes criticar a boa gestão fiscal do governo de Ronaldo Caiado, o que chamou a atenção pelo fato de que, ponto pacífico entre gestores, auditores, controladores e tribunais de contas, o equilíbrio fiscal é a primeira meta perseguida pelos chefes de executivo mundo afora. E foi esse o resultado buscado pelo próprio Mendanha quando ainda era prefeito de Aparecida de Goiânia, como mostram os números do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), da Prefeitura de Aparecida.
Vista como um ponto fora da curva, a crítica de Gustavo Mendanha ao superávit orçamentário alcançado pela gestão Caiado contrasta com os resultados obtidos pelo próprio pré-candidato do Patriota na chefia do executivo aparecidense. Na sua conta no Twitter, o adversário de Caiado chamou os números de Goiás de “simbólica” e afirmou que eles “representam muito bem o comportamento de uma gestão que se preocupa mais em fazer propaganda com números aleatórios, ao invés de resolver os problemas do estado (sic)”.
De acordo com a Secretaria de Economia de Goiás, o Estado fechou o 1º quadrimestre de 2022 com um resultado orçamentário superavitário de R$ 2,39 bilhões. A conta é alcançada deduzindo as receitas realizadas das despesas empenhadas no período. De acordo com a pasta da Economia Estadual, a receita subiu para R$ 12,4 bilhões, número que supera os R$ 10,5 bilhões de 2021, e as despesas estaduais liquidadas foram maiores nos quatro primeiros meses do ano, alcançando cerca de R$ 10 bilhões de despesas diversas, contra R$ 8,89 bilhões nos quatro primeiros meses do ano passado.
A conta é um claro indicativo de boa gestão e reflete, no curto prazo, o equilíbrio financeiro do ente federativo. Ao criticar o equilíbrio das contas públicas goiana, Gustavo Mendanha critica a sí próprio, já que ao final de 2021, ainda à frente da gestão de Aparecida de Goiânia, fechou o balanço da cidade com R$ 203 milhões de superávit orçamentário, muito embora, desde 2017, quando assumiu o governo de Aparecida de Goiânia, tenha herdado de Maguito Vilela uma situação fiscal absolutamente equilibrada e que já detinha nota A no Capag.
Ao contrário de Mendanha, Ronaldo Caiado assumiu o governo em meio a uma das piores crises fiscais já enfrentada pelo Estado, com rombos que chegavam perto de R$ 7 bilhões, consequência, principalmente, de uma série de sete anos de déficits orçamentários, o que acabou culminando com a completa insolvência do Estado, que ao final de 2018 sequer conseguiu honrar com o pagamento dos salários dos servidores. Desde 2019, no entanto, a história começou a mudar. Já naquele ano, Caiado rompeu com o histórico de déficits orçamentários e alcançou o primeiro resultado superavitário depois de quase uma década no vermelho.
A diferença entre as duas gestões, porém, embora ambas buscaram o superávit orçamentário, reside na execução do orçamento e na aplicação dos recursos na conta investimentos. Enquanto a gestão de Ronaldo Caiado ganhou três posições no Ranking de Competitividade dos Estados, saindo de 13º para 10º, a gestão de Gustavo Mendanha caiu 7 posições no Ranking de Competitividade dos Municípios 2021. O ranking avalia 65 indicadores, organizados em 13 pilares. A queda de Aparecida se deu, basicamente, pelo baixo índice de investimentos na cidade.
Segundo o mesmo RREO publicado na site da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, relativo ao ano de 2021, o município investiu apenas 7,98% da Receita Corrente apurada para aquele ano. Foram empenhados na rubrica investimentos a importância de R$ 128 milhões para uma receita de R$ 1,6 bilhão. No mesmo período, o governo de Ronaldo Caiado investiu cerca de 4,7 bilhões, o que representou quase 14% da receita, números que colocaram Goiás entre os cinco estados do Brasil que mais investiram em 2021.