O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que se desfiliou recentemente do MDB por discordar da aliança do partido com o DEM do governador Ronaldo Caiado, disse à coluna Giro, do jornal O Popular, que o PSDB do ex-governador Marconi Perillo deveria lançar candidato a governador de Goiás nas eleições do ano que vem.
Segundo Mendanha, uma eventual candidatura majoritária dos tucanos faria bem para a democracia. Ele, no entanto, não fundamentou seu entendimento no sentido de explicar porque a candidatura do PSDB faria bem para a democracia. Segundo os bastidores da política, no entanto, a oposição acredita que quanto mais nomes estiverem na disputa mais chances terão de forçar um eventual segundo turno. O temor dos oposicionistas é que Ronaldo Caiado, candidato à reeleição, vença o pleito já no primeiro turno, como aconteceu em 2018.
O chefe do executivo de Aparecida de Goiânia não assume publicamente que será candidato a governador nas eleições de 2022, mas sua saída do MDB, partido que o projetou politicamente, foi vista, inequivocamente, como estratégica no sentido de construir a sua candidatura junto à oposição ao atual governo.
Embora tenha alegado que o presidente Daniel Vilela não teria ouvido de forma democrática os integrantes do MDB para decidir que caminho seguir nas eleições do ano que vem, a verdade é que Mendanha, dizem seus antigos correligionários, não aceitaria outro resultado que não fosse o lançamento de candidatura própria do partido ao governo e que o candidato fosse ele, o próprio Gustavo Mendanha.
Mesmo antes de deixar a legenda, o ex-emedebista já vinha participando de encontros políticos pelo interior do Estado, tendo como anfitriões quadros do PSDB e com fortes ligações com Marconi Perillo, a exemplo do prefeito de Uruaçu, Valmir Pedro. Na época, questionado sobre essa aproximação com o grupo do ex-governador, Mendanha admitiu que já havia, ali, “uma tentativa de união contra o governador Ronaldo Caiado”.
Na ocasião, como se falasse pelo tucano, Mendanha afirmou que “Marconi não quer o Caiado” e citou outros políticos que compartilhariam da mesma opinião, num esforço para que não fosse interpretado como um porta-voz do ex-governador. Mendanha também fez questão de dizer que sempre teve uma relação respeitosa com Marconi Perillo quando ele governava o Estado.