Propagandeada como o grande feito do Governo de Marconi Perillo em Goiás, a administração dos hospitais públicos pelas Organizações Sociais – OSs revelam, na verdade, um grande negócio para os empresários por trás do que deveria ser uma organização sem fins lucrativos.
Informações compiladas e divulgadas nas redes sociais a partir de fontes como Dieese, Datasus e Portal da Transparência do Governo de Goiás mostram o quão lucrativo pode ser uma Organização Social que mantém contrato com o Governo de Marconi Perillo (PSDB) no estado.
Segundo os dados colhidos pelas fontes citadas, a OS Instituto Gerir, que administra o maior hospital de urgências de Goiás, o Hugo, iniciou suas atividades ainda em 2012, cujo contrato para manutenção do hospital era de R$ 94 milhões. Naquele ano o hospital fez 9.061 cirurgias, registrou 11.071 internações em enfermarias e 1.230 internações em UTI. Em 2014 o Instituto Gerir recebeu um aditivo no contrato e passou a receber R$ 163 milhões, ou 73% a mais do que o contrato original. Os atendimentos, no entanto, diminuíram 10,4% em relação aos atendimentos que eram feitos no hospital antes da administração ser entregue à OS, em 2011.
As informações não deixam dúvidas: não obstante o atendimento à população ter diminuído, o Instituto Gerir teve incremento no seu faturamento de 73%. Antes de ser entregue à OS o Hugo havia feito 325.641 atendimentos ambulatoriais em 2011. Nos três anos seguintes, sob a administração da organização social, o Hospital fez, em média, 287.720 atendimentos da mesma natureza, algo em torno de 12% a menos, o que representa quase 40 mil pacientes/ano que deixaram de receber atendimento ambulatorial no hospital.
Essa é a realidade da saúde administrada por OS. Uma administração excludente e seletiva, que não privilegia o cidadão e cujo objetivo não é outro, senão o lucro.