Durante evento internacional, em Montevidéu, no Uruguai, ao lado de lideranças empresariais e políticas, o Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), discursou dizendo que “não existe plena democracia sem plena liberdade de expressão”. E foi além: “o nível de democracia pode ser medido a partir da liberdade dos meios de comunicação e de expressão da sociedade civil”, enfatizou. Tudo isso, de fato, é uma grande verdade, mas, infelizmente, não se coaduna com as práticas do político goiano.
Em Goiás, Marconi Perillo, governador no exercício do quarto mandato, portanto uma das figuras políticas do estado que mais se beneficiaram da democracia, age na contramão do que prega em seus discursos mundo a fora. Desde 2012, quando estourou o escândalo Cachoeira, desbaratado pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal, e o seu governo sofreu duras críticas, haja vista o suposto envolvimento com o esquema comandado pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Marconi Perillo iniciou uma escalada de judicialização da opinião jamais vista em terras goianas.
Mais de 50 cidadãos goianos, entre jornalistas, blogueiros, tuiteiros e cidadãos do povo, foram processados por Perillo. Manifestações públicas contrárias ao governo tucano foram reprimidas com força policial excessiva e recados foram transmitidos pela mídia de que o Governador não toleraria críticas e levaria todas elas às barras dos tribunais, como de fato tem feito.
Políticos como Iris Rezende, Ronaldo Caiado, Antônio Gomides, Ernesto Roller, Alcides Rodrigues, Mauro Rubem, Rui Falcão, Kid Neto, Luiz Juvêncio, Karlos Cabral e Dona Iris foram processados pelo Governador. Os Jornalistas goianos Luiz Carlos Bordoni, Fabiana Pulcinelli, Jorge Kajuru, Lênia Soares, Henrique Morgantini e Nilson Gomes também respondem na justiça as críticas feitas ao homem público Marconi Perillo.
Caius César Brandão, filósofo e estudante, Cloves Reges, blogueiro, o Professor da rede estadual de ensino Marcos Roberto dos Santos, Carlos Eduardo da Silva Lima e a assessora política Cristina Kot também foram intimidados com processos judiciais. Além de todos já citados, o atuante Promotor de Justiça do MP-GO, Fernando Krebs e os advogados Kowalski Ribeiro e Marcus Vinicius de Faria Felipe são outros que estão na lista de processados por Perillo. A sanha judicializante de Marconi alcançou também os aplicativos sociais Facebook e o Twitter, além do Jornal o Parlamento, Editora Confiança e Wikipédia, a enciclopédia livre e gratuita que reúne, entre outras, informações sobre os políticos de todo o mundo.
Soa, portanto, absolutamente distante da realidade o discurso proferido por Marconi Perillo em defesa da liberdade de expressão e opinião. Na prática, o discurso alardeado pelo Governador de Goiás em terras estrangeiras não passa de um jogo de cena que não encontra respaldo na realidade goiana. Por aqui, quem ousa criticar os malfeitos do governo tucano corre sério risco de ter que se explicar na justiça.
