Em cumprimento às determinações do Conselho Nacional do Ministério Público, as Promotorias Militares, com apoio dos promotores em auxílio nas Promotorias de Justiça da Capital, realizaram em maio do corrente ano visitas às unidades de batalhões da Polícia Militar da Capital. O resultado é preocupante.
Conforme relatório da Promotora de Justiça Militar em substituição na 79ª PJ, Dra. Adrianni F. F. Santos Almeida, foram encontradas deficiências que se repetiram em diversos batalhões e companhias. Segundo o documento, os comandantes se queixaram da falta de efetivo em cada unidade militar, o que faz com que as demandas operacionais sejam supridas com o serviço ordinário e extraordinário. O resultado, segundo os comandantes, é a sobrecarga de serviços dos militares, que não raro apresentam queixas de exaustão, estresse e falta de horário de descanso.
A falta e/ou deficiência na estrutura foi uma reclamação recorrente. Falta de armamentos e viaturas nas unidades militares é outro problema grave, que acaba prejudicando a prestação do serviço militar ostensivo de qualidade. Verificou-se que as estruturas físicas das unidades militares são deficitárias e inadequadas. Alguns prédios são insalubres, não passam por manutenção e apresentam problemas elétricos e hidráulicos.
A inspeção encontrou unidades militares que não possuem alojamentos, nem copa e nem espaço para atividades físicas. Ainda de acordo com o relatório, algumas unidades são tão desestruturadas que não há sequer banheiro e recinto para os policiais trocarem suas fardas e descansar. “Muitas não apresentam sequer água potável”, diz a promotora.