A morte de uma figura mundialmente respeitada, como o Papa Francisco, deveria ser momento de reflexão, luto e respeito — independentemente de crenças religiosas ou posicionamentos ideológicos. No entanto, a postura adotada por certos integrantes da extrema-direita brasileira diante da morte do pontífice revela um profundo constrangimento ético e moral.
Um exemplo lamentável foi a declaração da vereadora gaúcha, Mariana Lescano (PP), que afirmou que o falecimento do Papa representaria uma “limpeza espiritual”. A frase, de extremo mau gosto, foi recebida com revolta por milhares de internautas, que prontamente repudiaram a insensibilidade e o desrespeito.
Não bastasse isso, o deputado federal goiano Gustavo Gayer (PL) usou o falecimento do Papa como pano de fundo para mais um de seus ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes, fazendo uma postagem que, além de desrespeitosa, instrumentaliza a morte de um líder religioso para fins políticos mesquinhos.
Esses episódios refletem atitudes anticivilizatórias, que revelam, com incômoda clareza, o nível de empatia e respeito que vem sendo sistematicamente diluído por agentes do extremismo. A banalização da morte e o uso de figuras públicas falecidas como peças de provocação ideológica não apenas expõem a degradação do debate público, mas também atentam contra valores fundamentais de humanidade. É preciso reafirmar: a divergência política jamais pode justificar a desumanização.
Passado controverso e futuro incerto
Réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal e investigado pela Polícia Federal por supostos desvios de verbas públicas da cota parlamentar, o deputado Gustavo Gayer é dono de um passado controverso, que envolve homicídios no trânsito e prisões por embriaguez ao volante e porte de drogas.
Gayer estaria na mira do Conselho de Ética da Câmara por ataques ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB), e à ministra Gleisi Hoffmann (PT).
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