A juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais da comarca de Goiânia, afastou o sigilo das investigações do caso da Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro (Afipe) por se tratar de caso de interesse público. Conforme a magistrada, assim que cumpridos os mandados judiciais, não haverá mais necessidade de imposição de sigilo para o bem do trabalho investigativo.
“Com a deflagração da operação e consequente cumprimento dos mandados judiciais, a comunidade católica, e, principalmente, os devotos do Divino Pai Eterno, com milhares de fiéis espalhados por todo o mundo, assim como os colaboradores da Afipe, terão grande interesse em saber do que se trata o presente procedimento investigatório”, ressalta a magistrada.
A magistrada entende que não encontra amparo legal a imposição de sigilo às investigações tão somente para preservação da intimidade e imagem do padre Robson de Oliveira Pereira, por se tratar de uma autoridade religiosa, especialmente considerando que o Ministério Público afirmou que não há nos autos nada a respeito da intimidade ou da vida privada dos investigados.
“A imposição de sigilo ao presente feito, no presente estágio das investigações, segundo a magistrada, em vez de preservar a intimidade da supracitada autoridade, pessoa de grande influência no meio religioso, fomentaria ainda mais a curiosidade das pessoas, até mesmo eventuais maledicências, sem, ao menos, possibilitar ao pároco qualquer defesa ou explicação perante a comunidade”, explica.
Veja as decisões relacionadas ao caso:
Mandado de busca e apreensão
Requerimentos finais
*Com informações do Centro de Comunicação Social do TJGO