Há 15 meses na Câmara Municipal de Goiânia, Jorge Kajuru já não tem a mesma popularidade que o fez o vereador mais votado da história da Capital. Ao adotar o discurso de anti-político num ambiente eminentemente político e feito dos ataques violentos à lideranças partidárias a sua maior bandeira, sem contudo apresentar projetos que efetivamente melhoram a vida dos munícipes, o vereador do PRP perdeu credibilidade.
Incapaz de trabalhar pela unidade e de espírito absolutamente desagregador, os partidos da oposição dão sinais de que não querem Kajuru como candidato a uma das vagas para o senado. Com o xadrez político praticamente definido, o polêmico, como é chamado, não tem vaga assegurada nem na chapa de Ronaldo Caiado (DEM), que já fechou com Wilder Morais e conversa com Vilmar Rocha para a segunda vaga, e nem na chapa de Daniel Vilela (MDB), que deve ter Pedro Chaves e Agenor Mariano como concorrentes à Câmara Alta.
Em privado, todos dizem temer que o elemento Kajuru sirva apenas para desagregar dentro da própria chapa, haja vista seu temperamento explosivo, que em alguns momentos chega a ser irresponsável, como a distribuição gratuita de ofensas a correligionários e até mesmo as acusações sem provas feitas a líderes políticos do Estado.
Sem palanque e sem estrutura, Kajuru já ensaia uma saída honrosa da disputa. Através de suas redes, ele tem culpado Marconi Perillo pela dificuldade em encontrar uma chapa majoritária que o abrigue. Segundo ele, tudo não passa de mais uma perseguição do governador de Goiás, que estaria com medo de enfrentá-lo nas urnas.