Notícia publicada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, informa que Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do país, preso desde junho do ano passado por envolvimento nos desvios de dinheiro da Petrobrás, fechou delação premiada no curso da Operação Lava Jato. Odebrecht busca benefícios para diminuir sua eventual pena pelos supostos crimes cometidos e também formalizar acordo de leniência que permita a continuidade dos negócios da empresa.
A notícia tem deixado palacianos goianos de cabelo em pé. Em Goiás a empresa Odebrecht, por meio da sua subsidiária Odebrecht Ambiental, mantém contrato com a Saneago e é responsável pela captação e tratamento do esgoto das cidades de Aparecida de Goiânia, Trindade, Jataí e Rio Verde. A Odebrecht paga ao estado R$ 9 milhões por ano e tem a exclusividade na exploração dos serviços. A empresa espera faturar R$ 2,5 bilhões ao final do contrato, que é de 30 anos.
Na eleição para governador de 2014 a Odebrecht doou R$ 1,81 milhão para a campanha do atual Governador Marconi Perillo (PSDB). Antes da prisão do presidente Marcelo Odebrecht o governo de Goiás preparava para entregar à empresa a exploração dos serviços de captação e tratamento de esgoto de mais nove municípios do entorno de Brasília. Com a prisão do empreiteiro, o negócio foi colocado na geladeira.
Durante a 26ª fase da Lava Jato, denominada “Xepa”, foram apreendidas, pelos investigadores, planilhas da Odebrecht que indicam pagamentos a várias autoridades do país, entre elas o governador Marconi Perillo, que aparece na listagem identificado pelo codinome “casero”. São feitas referências ao pagamento de R$ 1,3 milhão ao tucano. As autoridades querem saber se se trata de doações legais ou de propinas oriundas dos recursos desviados da Petrobrás.