O ex-governador de Goiás Marconi Perillo, do PSDB, começa um processo de reaproximação com a política goiana. Sem participar de eventos públicos e/ou políticos desde que perdeu a eleição para o Senado, em 2018, o tucano esteve em duas inaugurações em cidades do interior goiano nos últimos 45 dias.
Em 10 de outubro de 2018, o ex-governador, que comandou o Estado de Goiás por quatro mandatos, foi preso pela Polícia Federal, em Goiânia, quando prestava depoimento na sede da instituição. Ele é acusado dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Operação Cash Delivery, do Ministério Público Federal.
De acordo com o MPF, Marconi Perillo, por intermédio de Jayme Rincon, então presidente licenciado da antiga Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), teria recebido ilicitamente recursos para suas campanhas eleitorais ao Governo do Estado de Goiás nos anos de 2010 e 2014, em troca de patrocinar os interesses da Odebrecht no Estado, especificamente os interesses da Odebrecht ambiental na área de saneamento básico. Marconi Perillo teria sido beneficiado com o pagamento de R$ 10 milhões, sendo R$ 2 milhões em 2010 e R$ 8 milhões em 2014.
Desde que deixou a sede da PF em Goiânia, Marconi Perillo abandonou o cenário político goiano e não foi mais visto em público em Goiás. Há alguns dias, no entanto, o tucano resolveu aparecer e parece estar iniciando um processo de reaproximação com a política goiana.
A primeira aparição de Perillo foi na inauguração do hospital municipal de Hidrolândia, cidade a 30 km de Goiânia, comandada por seu correligionário, Paulo Sérgio, o Paulinho, que também é presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM). O evento ocorreu no último dia 21 de junho.
Na noite da última terça-feria, 4 de agosto, Marconi Perillo novamente deu o ar da graça em um evento público, dessa vez em Sanclerlândia, cidade do Oste goiano, que é administrada pelo prefeito Itamar Leão, do PSDB, partido de Marconi. Na oportunidade, Leão inaugurava o Hospital Municipal da cidade.
Aliados do tucano avaliam que Marconi Perillo deve participar ativamente das eleições para o governo, em 2022, e por isso estaria voltando aos poucos, embora, dizem, ele não tenha deixado de participar ativamente das decisões que envolvem o partido em Goiás.
Além da denúncia criminal do MPF, Marconi Perillo responde a 34 ações de improbidade administrativa em Goiás. O Ministério Público quer que o tucano devolva aos cofres públicos a quantia de R$ 12,3 bilhões.