Entre em contato

Política

Mendanha fala em dar R$ 2 bilhões pra Enel, empresa que já custou mais de R$ 10 bilhões ao Estado

De acordo com matérias publicadas no Jornal Opção e Rádio Sagres, o candidato do Patriota teria proposto aportar recursos públicos na concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica em Goiás para, no seu entendimento, sanar os problemas de falta de energia no Estado. Por contrato, no entanto, os investimentos necessários à melhoria dos serviços teriam que ser feito pela própria Enel

Publicado

on

O candidato do Patriota ao governo de Goiás, Gustavo Mendanha, segundo matérias publicadas no Jornal Opção e Rádio Sagres Online, teria proposto aportar cerca de R$ 2 bilhões na empresa Enel, concessionária distribuidora de energia elétrica em Goiás, para, segundo ele, expandir as linhas de transmissão, a fim de sanar o problema de falta de energia no Estado. Mendanha, segundo o que foi divulgado, usaria dinheiro do Tesouro Estadual para fazer esse aporte bilionário.

A promessa do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia vem na esteira de um fala do governador Ronaldo Caiado (UB), que disse, em entrevista ao jornal O Popular/Rádio CBN, que o grande gargalo para o crescimento de Goiás é a falta de energia, dada a péssima prestação de serviços executados pela Enel, desde 2016, quando arrematou a antiga estatal Celg-D por R$ 2,1 bilhões. Caiado, inclusive, sinalizou que fará diálogos em Brasília para que a empresa perca a concessão, por descumprir metas do contrato.

A proposta de Mendanha não foi bem recebida no meio político, já que a promessa do candidato representaria devolver praticamente todo o montante que a Enel pagou pela aquisição da Celg-D. Ademais, políticos ouvidos pelo Blog disseram que a própria Enel teria, por força de contrato assinado quando da aquisição da estatal goiana, que fazer os investimentos programados para melhoria do sistema. A empresa é considerada a terceira pior distribuidora de energia elétrica do país, segundo ranking da Aneel, divulgado em março deste ano.

Outro questionamento diz respeito ao prejuízo causado pela venda da Celg-D. Quando foi leiloada, em 2016, Goiás já possuía apenas 49% das ações da estatal, já que a mesma havia sido federalizada em 2012, durante o governo de Marconi Perillo (PSDB). Pelo negócio, Goiás recebeu coisa de R$ 800 milhões líquidos. Mas, para que a venda fosse efetivada, o Estado precisou assumir a dívida da Celg-D com a Caixa, no valor de R$ 2,4 bilhões, e ainda conceder à Enel uma outorga de ICMS no valor aproximado de R$ 5 bilhões, benefícios válidos até 2040, para que a empresa fizesse frente aos contenciosos da Celg-D, apurados até 2015.

Na prática, portanto, o Estado teve que assumir R$ 7,4 bilhões em dívidas e renúncia de receitas para que o leilão fosse concretizado. Além disso, em 2017, o Estado abriu mão de cerca de R$ 3 bilhões em ICMS devidos pela antiga Celg-D. O prejuízo consolidado com a venda da estatal passou de R$ 10 bilhões de reais. Por isso, a proposta do candidato do Patriota soa absolutamente fora de propósito, segundo especialistas e políticos goianos.

Copyright © 2020 - Nos Opinando - Liberdade de opinião em primeiro lugar.