De verdade, o que existe em Goiás é um caótico quadro financeiro que vem comprometendo a máquina pública e a vida dos goianos. O resto é publicidade e campanhas midiáticas, cujo objetivo é tirar o foco da pior crise administrativa/financeira de que se tem notícias no Estado de Goiás.
Agindo politicamente, o Governador Marconi Perillo (PSDB) tenta, a todo custo, desvencilhar-se da derrocada financeira que assola Goiás. Enquanto a Secretária Ana Carla Abrão, Sefaz, toma as medidas mais amargas e impopulares, como parcelamento de salários, aumentos de impostos, antecipação de IPVA, instalação de ponto eletrônicos e decreta o calote na data-base do funcionalismo, Perillo sobrevive a reboque da mídia. Viagens internacionais e criação de programas e projetos que só existem no papel são algumas das estratégias para tirá-lo do foco principal e distanciá-lo da grave crise que Goiás atravessa.
Dando azo a essa estratégia, o Jornal O Popular de hoje, 05/11, publicou na sua primeira página a notícia de que Goiás terá mais duas universidades federais, em alusão a transformação de dois campis UFG, Jataí e Catalão, em Universidades Federais autônomas. Até aí tudo bem, não fosse a matéria estampada pela foto do Governador de Goiás e anunciando, como se fosse obra dele, a criação das universidades.
Fazendo “sombra com chapéu alheio”, Marconi quer que o goiano mais incauto acredite que seja obra sua a instalação dessas federais em Goiás, o que não é verdade. Além de ser uma iniciativa da esfera federal, ou seja, da própria Presidente Dilma Roussef (PT), a transformação desses Campis da UFG em Universidades depende de aprovação do Congresso Nacional e não tem data marcada para ocorrer.
Enquanto isso, a Universidade Estadual de Goiás – UEG, essa sim sob a administração de Marconi Perillo, atravessa seu pior momento e encontra-se completamente sucateada, tendo despencado no ranking universitário de 2015 passando a figurar entre as 15 piores instituições públicas de ensino superior do país.