Do Blog do Morgantini
A denúncia do Ministério Público Federal obtida com exclusividade pelo Blog Morgantini.blogspot.com sobre o esquema de corrupção da Delta Construtora em Goiás, desvendada no âmbito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, coloca o governador Marconi Perillo como “peça central” em um esquema que começou em 2011, quando do início de seu Governo em Goiás.
O documento, assinado pelo vice-procurador Geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, é endereçado ao Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, e vem explicando detalhadamente como funcionava a organização criminosa que envolvia o empresário Fernando Cavendish – dono da Delta – seu representante no Centro-Oeste, Claudio Abreu e, ainda, o contraventor Carlos Cachoeira, que é considerado “operador oculto” no esquema que tinha como principal objetivo desviar recursos das obras do Governo de Goiás.
Segundo o Ministério Público Federal apurou, quando Marconi Perillo entrou no Governo de Goiás, as verbas destinadas a obras da Delta tiveram um salto considerável de volume. “Pularam da casa dos R$ 5 milhões para R$ 70 milhões”, afirma.
Para isto, de acordo com a denúncia, havia o direcionamento das obras para a empresa por ordem expressa do governador Marconi Perillo. O vice-procurador geral lista uma série de benefícios que Perillo recebeu para dar preferência à Delta.
A denúncia do Ministério Público Federal aponta que Marconi Perillo tinha “ciência de que o valor dispendido com o contrato de locação, nos moldes como era posto, era desvantajoso para a administração e ilegal por violar o artigo 37 da Constituição Federal”.
O documento conclui que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, cometeu os crimes de corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal), tendo cometido crime contra a administração pública (previsto no artigo 327) e, por fim, por ter infringido o Artigo 71, que trata dos crimes continuados.
O Vice-Procurador Geral, José Bonifácio de Andrada, pede que o ministro Humberto Martins a abertura de processo, apuração e condenação de Marconi Perillo, Fernando Cavendish e Claudio Abreu.