O Ministério Público Federal pediu que investigações contra cinco governadores que deixaram o cargo recentemente saiam do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e desçam para as instâncias competentes, já que esses políticos perderam o foro privilegiado.
Entre os ex-governadores que devem responder na primeira instância está Marconi Perillo (PSDB), que deixou o comando do Estado de Goiás no último dia 7 de abril para disputar uma vaga no senado, em outubro próximo. As informações são do Estadão.
As petições, assinadas pelo vice-procurador-geral, Luciano Mariz Maia, são endereçadas aos relatores de cada caso a quem cabe “remeter os autos à autoridade judicial que julgar competente”. Embora a decisão seja do relator, em cada uma das peças, o MPF indica, com base em análise técnica dos fatos apurados, o foro que considera competente para continuar a investigação.
Marconi Perillo foi denunciado ao STJ em março do ano passado acusado de ter recebido R$ 90 mil em propinas, divididos em duas parcelas de R$ 45 mil, pagas pela Delta Construções, do empresário Fernando Cavendish, também denunciado.
De acordo com a denúncia, a propina paga ao então governador Marconi Perillo teve o objetivo de garantir a aditivação do contrato de locação de viaturas, mantido pelo estado de Goiás e a Delta Construções, que saltou de R$ 66 milhões para mais de R$ 75 milhões, o que só foi possível graças a participação do ex-governador, já que ele, em razão do cargo que ocupava, tinha total autoridade para decidir em favor da Delta, bem como manter o fluxo de pagamentos em favor da referida empresa.