Os vereadores de Goiânia, Elias Vaz (PSB) e Djalma Araújo (SD) acusam a Secretaria Municipal de Educação de ter desviado 190 toneladas de carnes que seriam usadas no preparo da merenda escolar dos alunos da rede municipal e mais de R$ 1,4 milhão destinados a compra de pães. A titular da pasta é Neyde Aparecida (PT).
Segundo matéria publicada no Jornal Opção, “há fortes indícios de que a prefeitura estaria comprando alimentos, mas que estes não estariam chegando, de fato, às escolas. De acordo com dossiê de Elias Vaz, há uma discrepância “enorme” entre o relatório global que foi entregue pela SME e os relatórios apresentados pelas escolas”.
O Vereador diz que “pessoalmente, fui às escolas e fiquei chocado. Roubar alimento de criança é um absurdo! Tenho certeza que 90% da população carcerária do Cepaigo [Penitenciária Coronel Odenir Guimarães] não teria coragem de fazer isso”, frisa. O artigo publicado na edição 2085 do Jornal, diz que em novembro de 2014, por exemplo, a SME informou que adquiriu 101.330 quilos de carne bovina, no entanto, apenas 56.935 quilos foram efetivamente entregues. Ou seja, quase 50% desses alimentos não chegaram às unidades de ensino. Foi apresentada ao vereador uma compra de 71.372 quilos de coxa e sobrecoxa de frango, ao passo que as escolas teriam recebido apenas 11.395 quilos. Já a diferença entre o adquirido de peito de frango, 25.735 quilos, e o entregue, 9.933 quilos, supera a marca de 60%.
Em sua página no facebook, o Vereador Djalma Araújo informa que apresentou em Plenário, requerimento (foto) pedindo o afastamento da Professora Neyde Aparecida, tendo em vista as irregularidades apresentadas, como os desvios da merenda escolar e outras denúncias que estão chegando ao seu gabinete. Segundo Djalma, o afastamento se impõe para que se preserve a lisura das investigações.
Em agosto de 2013 a titular da SME de Goiânia teve seus direitos políticos suspensos por decisão do juiz Aureliano Albuquerque Amorim, da 4ª Vara Cível de Goiânia, que acatou pedido do Ministério Público em sede de Ação Civil Pública interposta pelo promotor de justiça Fernando Krebs em 2006, em razão de atos de improbidade administrativa. Neyde e o companheiro Paulo César Fornazier foram condenados por contratarem 3.859 empregados sem previsão dos cargos e sem concurso público quando presidiram a Companhia de Urbanização de Goiânia – Comurg. O prejuízo aos cofres públicos com o pagamento dos comissionados superou R$ 26 milhões.