Um fato tem passado despercebido pela população goiana e não tem merecido a atenção das autoridades do Estado. É sabido que o Governo de Goiás, envolto com um dos maiores índices de criminalidade do País, usa o método estatístico que melhor lhe favoreça para trazer ao conhecimento público os números de homicídios que ocorrem todos os meses em Goiás. São tabulados os homicídios, latrocínios e tentativas de homicídios, em se tratando de crimes contra a vida.
Não obstante, não há nenhum dado disponível ao público que informa o número de pessoas que, uma vez vítimas de tentativa de homicídio, tenham morrido ao dar entrada no hospital ou dias depois em decorrência do ferimento, por exemplo. As espécies dos crimes são registradas no ato da ocorrência. Só são registrados como homicídios, e não poderia ser diferente, aqueles em que a vítima encontra-se em óbito no momento da ocorrência. Se levado com vida para o hospital, independente do seu estado, o crime é registrado para fins de informações como tentativa de homicídio.
É possível, diante disso, que os homicídios tabulados pela Secretaria de Segurança Pública em Goiás estejam muito aquém do que realmente tem sido a realidade no Estado. Para se ter uma ideia, até outubro de 2015 ocorreram 2.181 homicídios dolosos em Goiás e 2.137 tentativas de homicídios, além de 78 latrocínios, que são, na verdade, homicídios dolosos mas que não são somados como tal na estatística oficial do Estado. Não se sabe quantos desses 2.137 casos registrados como homicídios tentados tenham evoluído para homicídio doloso e sua tipificação efetivamente mudada na estatística do Governo.
Essa é uma resposta que as instituições de defesa do cidadão, incluindo aí Ministério Público, OAB/GO, Defensoria Pública e outros órgãos da sociedade civil organizada devem buscar e informar o cidadão goiano. Isso é fundamental para que se encontre um caminho capaz de apontar soluções para o verdadeiro genocídio que assola Goiás.
