Em 2014, o então governador do estado de Goiás Marconi Perillo (PSDB), já em campanha para sua reeleição, assumiu de público a responsabilidade pelo pagamento de 50% da gratuidade do sistema do transporte coletivo urbano da região metropolitana de Goiânia. Antes, o tucano já havia subsidiado a passagem do eixo anhanguera, fixando-a em R$ 0,45, para muitos, o valor faria alusão ao seu número de campanha.
Segundo o acordo firmado entre as empresas de ônibus, as prefeituras da região metropolitana e o Estado de Goiás, o valor estimado da gratuidade de todo o sistema seria de R$ 9 milhões/mês. Desse total, o Governo estadual pagaria 50%, ou seja, R$ 4,5 milhões, já a partir de maio do ano de 2014, e os outros 50% seriam pagos pelas prefeituras e deveriam começar a ser pagos em janeiro de 2015. Entretanto, nenhuma parcela do acordo foi paga pelo Estado de Goiás e a dívida já chegava a R$ 45 milhões em janeiro de 2015.
Sacramentando o calote, Marconi Perillo (PSDB), então governador do estado, foi à televisão em fevereiro de 2015 dizer que não pagaria sua parte na gratuidade do sistema, descumprindo uma promessa de campanha que o ajudou a se reeleger em outubro de 2014.
Hoje, durante o lançamento da transformação do Cais Guanabara em Unidade de Pronto Atendimento, o prefeito Iris Rezende subiu o tom para criticar àquela postura do ex-governador. Sem citar o nome do tucano, Iris Rezende disse que a situação do transporte público na região metropolitana de Goiânia é um dos problemas mais complexos enfrentados pela sua gestão e a de outros prefeitos das cidades vizinhas.
Segundo Iris, isso é consequência da irresponsabilidade do governo estadual anterior. “O governo anterior meteu a cara no que não era dele e deixou essa porcaria que está hoje, sem rumo e que obriga, agora, medidas mais duras por parte dos poderes”, enfatizou.
O prefeito de Goiânia lembrou que, durante seu segundo mandato à frente do executivo goianiense, em 2005, fez uma grande reformulação no transporte coletivo de Goiânia, abrindo novas licitações e renovando as frotas de ônibus com 1,2 mil veículos zero quilômetro. “Instituímos em Goiânia o melhor transporte do Brasil. Daí veio o governo passado e se meteu a tomar conta do transporte urbano da região metropolitana e deixou isso que está aí, um instrumento de sofrimento para o povo”, afirmou.