Com um déficit mensal na ordem de R$ 440 milhões, segundo a própria Secretaria da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, o Governo de Goiás tem tentado verdadeiros malabarismos para fechar as contas. As perspectivas para os próximos meses são aos piores possíveis.
Com uma folha estimada em R$ 900 milhões, o Governo já optou para o parcelamento de salários e depois para o escalonamento. Nada tem surtido efeito e o milionário déficit mensal (a diferença entre o que o estado arrecada e as despesas) não tem permitido a retomada do pagamento dentro do mês trabalhado. Ao contrário, a tendência é que as coisas fiquem piores, principalmente para os servidores.
Em julho, informações de um interlocutor da Sefaz, dizia que o Governo aventava a possibilidade de parcelar os salários em três vezes. Com o quadro financeiro agravado, a saída seria pagar a folha em até 3 parcelas, vencíveis no dia 10, 20 e 30 do mês subsequente ao trabalhado. A Sefaz negou, mas não convenceu.
Ontem, na coluna Giro do Jornal O Popular, nota do colunista Jarbas Rodrigues informou que o Governo de Goiás estuda cancelar todos os empenhos emitidos já no final de outubro. Ou seja: o governo estuda suspender todos os pagamentos a fornecedores e reagendá-los para o começo do ano que vem. Tudo para conseguir fechar suas contas.
Diante do caos anunciado, é possível que os goianos vivam o apocalipse em dezembro. Calote nos fornecedores, salários de funcionários parcelados e sem data-base, além do 13º comprometido, contribuirão sobremaneira para a falência do comércio nas pequenas e grandes cidades do Estado.
Já há, inclusive, denúncias de que algumas OSs que administram hospitais públicos em Goiás não estão recebendo os repasses e por isso estão atrasando salários dos seus prestadores.