O silêncio do Governo de Goiás diante do estouro do escândalo do esquema de corrupção na Agetop – Agência Goiana de Transportes e Obras, órgão presidido por Jaime Rincon, desbaratado ontem por ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), do Ministério Público de Goiás, não é por acaso.
Três anos depois depois da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desbaratou um dos maiores esquemas de corrupção no Estado, o Governo de Perillo teme que seja novamente envolvido nos atos de corrupção apontados pelo Ministério Público dentro da Agetop. Com a situação financeira em frangalhos, o Governo avalia que seria muito difícil conter a repercussão de um eventual escândalo na magnitude do que foi a Monte Carlo.
O discurso adotado pelo Governo é de cautela. Nem ataques e nem a defesa intransigente de Rincon, até então provável candidato do PSDB à Prefeitura de Goiânia. Segundo fontes do Governo, a estratégia é evitar o pré-julgamento, mas também não fazer uma defesa sectária. A ideia é esperar a evolução das investigações e aí sim tomar um partido. Por enquanto o trivial: apoiar as investigações e, se há culpados, a punição.
O que Marconi Perillo quer, no momento, é manter distância do problema, o que, convenhamos, não é fácil, já que Jaime Rincon, presidente da Agetop, é o braço direito do governador e o homem de confiança do tucano.