Informações do Jornal o Estado de São Paulo de hoje, 30/06, dão conta de que as investigações que culminaram com a prisão do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ocorrida na manhã desta quinta-feira, em Goiânia, começaram a partir do envio de documentação pela Comissão Mista Parlamentar de Inquérito instaurada no ano de 2012 para investigar um grupo que atuava em Goiás.
A CPMI foi uma das consequências da Operação Monte Carlo da PF, que desbaratou o esquema criminoso, supostamente comandado por Carlinhos Cachoeira, e que consistia numa rede de corrupção de desvio de recursos públicos no Estado, segundo a Polícia Federal. O Governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB) chegou a ser convocado pela CPMI, onde prestou depoimento por mais de 8 horas. Perillo chegou a ser indiciado no relatório final da Comissão, que não chegou a ser votado em virtude de acórdão dos líderes dos partidos envolvidos na investigação.
“O material (da CPMI) foi imprescindível para o início das investigações na medida em que tais informações nominaram as empresas de fachada que supostamente recebiam valores desviados da pessoa jurídica investigada no presente apuratório”, aponta a Federal. Ainda de acordo com a PF, Carlinhos Cachoeira mantinha contato e teria se beneficiado da relação com autoridades goianas como o ex-senador Demóstenes Torres, que chegou a ser cassado devido ao seu envolvimento com o grupo. Cachoeira é alvo de diversos processos criminais na Justiça e já foi condenado a mais de 39 anos de prisão.