Da tribuna da Assembleia o governista Henrique Arantes (PTB) fez um apelo ao Governador Marconi: que demita, imediatamente, a Secretária da Fazenda do Estado, Ana Carla Abrão. Segundo Arantes, a Sefaz vem agravando a crise com suas ações e “é incompetente para gerir a área financeira do Estado”.
“Ela fez verdadeiras mazelas à frente da Secretaria, paralisou obras, parcelou salários, é como se ela fosse um zagueiro jogando com a camisa 10 do time”, bradou o filho de Jovair Arantes. Ele frisou, também, que o Governador Marconi terá total apoio da base numa eventual demissão da número 1 da Sefaz.
O que se esconde por trás da indignação do Deputado petebista, no entanto, é o fato de que as medidas tomadas pela secretaria Ana Carla, todas de caráter técnico, vem dificultando o discurso populista da base governista. Essa leitura, inclusive, foi objeto de artigo publicado pelo Blog Opinando, no qual chama-se atenção para o fato da doutora Ana Carla estar sofrendo pressão para esconder os números do déficit e diminuir o arrocho fiscal, recurso necessário para um possível reequilíbrio das contas públicas.
Desde que assumiu, Ana Carla Abrão não tem poupado pessimismo com a situação encontrada e com o futuro do Estado. A secretária chegou a admitir que o Estado pode não cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal ao final do exercício, atribuindo a isso uma política equivocada implantada no governo passado de concessão de reajustes fora da realidade do Estado. Segundo números da própria SEFAZ/GO, Goiás estaria no limite prudencial de gastos com a folha, que é de 46,17%.
“Não vou dourar a pílula”, tem dito Ana Carla. Esse discurso franco da doutora economista não tem agradado a turma que precisa da imagem de um estado próspero e equilibrado. Como Marconi é sucessor de si mesmo, não tem como colocar a culpa no antecessor. A saída, segundo essa turma, é esconder o déficit e continuar propagandeando um Estado que não existe.