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Política

População goiana apoia criação de Fundo Estadual de Infraestrutura

Internautas encaram iniciativa como estratégia inteligente para contribuir com um estado mais robusto. Fundo terá destinação exclusiva para obras de infraestrutura, especialmente pavimentação e manutenção das rodovias

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“Muito inteligente essa contribuição. O fato de alinhar ela ao fundo com os benefícios fiscais foi uma jogada de mestre. Espero que a Assembleia Legislativa tenha sensibilidade em perceber que é uma boa alternativa para o Estado”, opina internauta sobre a criação do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). A iniciativa cria um fundo para a infraestrutura com contribuição do setor agropecuário e de minérios, destinação que será exclusiva para obras, especialmente de pavimentação e manutenção das rodovias goianas.

O respaldo da população ocorre após o Governo de Goiás encaminhar para apreciação da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) dois projetos de lei com a instituição do Fundeinfra. “Ano após ano a produção goiana é recorde em comparação com o ano anterior, registrando sempre alta de produtividade e da área plantada. O agro é sim capaz de contribuir para um Estado mais robusto”, ressalta outro internauta.

“O agronegócio gera riquezas e várias despesas nas estradas. Não tem como fazer melhoria sem receita. Se existe ganho no negócio, tem de contribuir pagando impostos”, assevera este outro usuário das redes sociais favorável à nova contribuição.

A contribuição proposta pelo Estado não terá incidência em toda a produção agropecuária. Apenas os produtores de milho, soja, cana de açúcar, carnes e minérios, os dois últimos somente para exportação, serão contribuintes do Fundeinfra. O setor está entre os menos tributados de Goiás. Em 2021, participou com 1,61% do total da arrecadação do estado. No último mês de outubro, a produção agropecuária aparece em quinto lugar no ranking de faturamento, mas despenca para nono quando avaliada a arrecadação de Goiás sobre os setores produtivos.

A estimativa do Governo de Goiás é arrecadar, via Fundeinfra, de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão, substancial para garantir os investimentos em infraestrutura que atenderão em boa parte o setor agropecuário. E esses investimentos ficariam prejudicados em função de um quadro de crise fiscal, provocado pela redução da alíquota de ICMS na comercialização de combustíveis, energia elétrica e de outros, com impacto negativo de aproximadamente R$ 4 bilhões para o Tesouro Estadual.

“A proposta é inteligente ao taxar os grandes produtores de soja, milho, cana de açúcar, carnes e minérios, uma vez que são os que mais lucram e menos pagam impostos!”, afirma outro usuário, que continuou: “que a fiscalização sobre o dinheiro arrecadado seja impositiva para evitar desvios”.

A instituição do Fundeinfra com captação de recursos para investimento em infraestrutura segue modelo praticado em outros estados – no Mato Grosso (MT), desde o ano de 2000; no Mato Grosso do Sul (MS), desde 1999; e no Maranhão (MA), onde o fundo foi criado há dois anos. Em Mato Grosso, por exemplo, o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) investiu, entre 2019 e 2022, R$ 5,6 bilhões em infraestrutura.

Fundeinfra

O governador Ronaldo Caiado, em mensagem enviada à Assembleia, ressalta que o Fundeinfra terá destinação exclusiva a obras de (1) infraestrutura agropecuária; (2) modais de transporte; recuperação, manutenção, conservação, pavimentação e implantação de rodovias; (3) sinalização, artes especiais, pontes e bueiros; e também (4) edificação e operacionalização de aeródromos.

A proposta tem o cuidado, ainda, de instituir uma gestão responsável para o Fundeinfra. O fundo terá um Conselho Gestor composto por representantes da gestão pública estadual e da iniciativa privada, com mandato de 12 meses e sem remuneração. O projeto cria também o Conselho Fiscal, composto por um representante da Secretaria de Economia, um da Controladoria-Geral do Estado e outro do setor privado, para acompanhar a captação e a aplicação dos recursos do fundo.

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