Em busca de uma forma de continuar existindo, ainda que sob outra denominação, o PSDB, partido que já teve o presidente da República por dois mandatos, estuda a possibilidade de entabular uma fusão ou incorporação com outros partidos com maior representatividade no Congresso. Segundo o presidente da sigla, o ex-governador goiano Marconi Perillo, essas seriam as únicas saídas para o PSDB, caso contrário o partido vai morrer. Os tucanos negociam com o PSD de Gilberto Kassab, atual secretário do governo paulista, e com o MDB, presidido pelo deputado Baleia Rossi.
De acordo com notícia publicada no jornal O Globo, os principais nomes do MDB mantêm diálogo com o presidente do PSDB, com o deputado federal Aécio Neves (MG), além dos governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), com a intenção de se viabilizar a incorporação do PSDB. Nesse caso, os tucanos adotariam o estatuto e o programa da legenda incorporadora e o partido incorporador, no caso o MDB, permaneceria com o seu nome e sigla.
Caso o MDB vença a queda de braço com o PSD e de fato incorpore o PSDB, haveria impacto direto na política local de Goiás. Diante da proximidade do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), com Daniel Vilela, vice-governador e presidente do MDB estadual, e a liderança que ambos exercem na política goiana, é improvável que Marconi Perillo tenha algum espaço para seguir na legenda incorporadora.
Ainda que não tenha mais tanta expressão política e nem tampouco apelo eleitoral, Marconi Perillo é adversário histórico do MDB em Goiás e um dos principais desafetos políticos de Ronaldo Caiado, principal aliado de Daniel Vilela, que é o candidato natural à reeleição, já que deve assumir o governo em abril de 2026.
Para além de Goiás, integrantes do MDB reforçam que um acerto entre MDB e PSDB teria que superar muitas outras barreiras locais. Segundo os emedebistas, o partido é muito diverso e tem desde estados mais lulistas aos mais bolsonaristas. Essas diferenças já estão sendo calculadas por líderes do partido, que começam a trabalhar no convencimento de alguns membros, já que em vários diretórios não haverá “sintonia automática”.
De acordo com a matéria do Globo, a possível candidatura de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, à Presidência, seja em 2026 ou 2030, vem sendo citada em meio às conversas como um fator importante para união do PSDB com o MDB. Há quem mencione também planos para Raquel Lyra, governadora de Pernambuco, importante quadro tucano, como uma postulante ao Palácio do Planalto em futuras eleições.
O PSDB, que já foi um dos protagonistas no cenário político brasileiro, atualmente conta com apenas 13 deputados federais e um único senador, realidade que o reduz a uma condição de partido nanico. Essa perda de relevância no Congresso reflete a dificuldade do partido em construir alianças sólidas e a falta de uma liderança carismática que possa galvanizar o apoio popular. O distanciamento do eleitor e a dificuldade em se conectar com as demandas atuais têm comprometido as chances de recuperação do PSDB.
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