Números divulgados pela imprensa goiana e até nacional, durante a semana, mexeram com os ânimos da oposição ao governador Ronaldo Caiado. Buscando um discurso que possa representar uma retórica factível de oposição ao atual governo, pré-candidatos ao governo de Goiás, como Marconi Perillo (PSDB), Vitor Hugo (PL) e Gustavo Mendanha (Patriota), viram-se um tanto quanto surpreendidos com os bons resultados da gestão Caiado e meio que se perderam no discurso oposicionista.
Dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública no início da semana mostram que o número de homicídios em Goiás é o menor dos últimos 10 anos. Segundo o estudo, Goiás está entre os três Estados com a maior queda no número de vítimas de assassinatos em 2021, em comparação a 2020. O levantamento apontou que a média nacional é de redução de 6,6%. Com redução expressiva contínua, Goiás, com 7,2 milhões de habitantes, se manteve em lugar de destaque com recuo de 19%.
Esses dados, em particular, mexeram com os principais adversários de Ronaldo Caiado nas eleições de outubro próximo. Marconi Perillo e Vitor Hugo, por exemplo, deram declarações tentando minimizar o impacto da notícia, que, sem dúvidas, é extremamente positiva, não só para o governo, mas, principalmente, para a população de Goiás. O tucano disse que os bons resultados colhidos agora por Caiado vêm de ações empreendidas nos seus governos. As estatísticas, no entanto, não convalidam o discurso do ex-governador, já que, entre 2011 e 2018, a violência em Goiás alcançou níveis inimagináveis, o que colocou o Estado na condição de 3º mais violento do país em 2015, com índice de 47 mortes por cada grupo de 100 mil moradores.
Vitor Hugo, pré-candidato do PL ao governo de Goiás, tentou desmerecer o trabalho do atual governo através de uma meia verdade. Segundo o lilberal, os bons resultados da segurança pública em Goiás são fruto do esforço dos policiais, o que, de fato, não é mentira, mas não representa a verdade por inteiro. Governistas destacam que é impensável imaginar que a motivação dos agentes de segurança de Goiás fosse possível sem que houvesse investimentos e valorização daqueles que integram a segurança pública goiana.
Entre as ações do governo que demonstram a valorização dos agentes da segurança pública em Goiás, aliados de Caiado citam a extinção da terceira classe de soldados, em março de 2019, e promoção de cerca de 1.950 militares (PM e CBM) que pertenciam a patente denominada soldado de segunda classe para soldado de primeira classe, sem a exigência do Teste de Aptidão Profissional (TAP).
Destacam, ainda, a promoção de quase 7 mil militares, entre praças e oficiais, da PM e CBM durante a gestão. Tendo como marco a maior promoção de praças da história da Polícia Militar, em 2021, cerca de 3 mil militares foram promovidos em um só ato.
PIB cresce mais do que o dobro da média nacional
Outra notícia que desestabilizou a oposição goiana foi a de que o PIB goiano cresceu 4,1% no primeiro trimestre de 2022, mais do que o dobro da média nacional, que ficou em 1,7%. O estudo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), órgão jurisdicionado à Secretaria-Geral da Governadoria (SGG), mostra que o resultado positivo da economia goiana foi puxado, prioritariamente, pelos avanços conquistados nos setores de Serviços e da Indústria.
Para o governador Ronaldo Caiado, a posição de destaque ocupada por Goiás é consequência dos ajustes na política fiscal: “Conseguimos superar situações delicadas. Goiás estava entre os quatro piores Estados do país do ponto de vista fiscal, com o colapso da máquina pública, mas nós avançamos e fomos os únicos a entrar no Regime de Recuperação Fiscal”, afirmou.
Contas aprovadas
Também nesta semana, o plenário do Tribunal de Contas do Estado de Goiás aprovou, por unanimidade, as contas de Governo do chefe do executivo goiano. No relatório/voto, o conselheiro relator, Celmar Rech, disse que “o ano de 2021 representou um marco histórico para as finanças públicas do Estado de Goiás”. Segundo ele, ao longo de mais de uma década, ano após ano, constatava-se a presença de um déficit estrutural aparentemente insuperável, no qual as receitas ordinárias não se mostravam suficientes para fazer frente ao pagamento do serviço da dívida, às vinculações constitucionais e às despesas com pessoal e custeio.
Essa realidade, no entanto, começou a mudar já em 2019, primeiro ano da gestão Caiado, que, mesmo marcada por uma herança de quase R$ 7 bilhões de rombo nas contas públicas, conseguiu romper com a série histórica de sete anos de déficits orçamentários.
No último dia 22 de junho, em sessão na Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), a secretária de Economia de Goiás, Cristiane Schmidt, apresentou o primeiro relatório de Gestão Fiscal de 2022 do Estado, referente aos meses de janeiro a abril deste ano. Os números são novamente positivos e melhores do que os registrados no mesmo período de 2021. O resultado orçamentário foi superavitário em R$ 2,39 bilhões.
Diante desse resultado, o pré-candidato do Patriota, Gustavo Mendanha, foi às redes dizer que a alta dos preços dos combustíveis teria puxado esse resultado para cima. Esqueceu, de informar, porém, que desde novembro do ano passado, o governo de Ronaldo Caiado já havia reduzido a base de cálculo do ICMS sobre os combustíveis em Goiás e o Estado teria deixado de arrecadar quase meio bilhão nesse período.
Redução da Dívida Consolidada Líquida
Além dos bons resultados fiscais apresentados pela Secretaria de Economia e convalidados pelo TCE-GO, dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do primeiro quadrimestre de 2022, apontam que Goiás reduziu sua Dívida Consolidada Líquida (DCL) para os menores patamares dos últimos 20 anos. Apurada pela equação Dívida Consolidada Bruta – Disponibilidade de Caixa, a DCL goiana teve redução de 27,46% no período, passando de R$ 18,4 bilhões para R$ 13,4 bilhões atualmente. A relação DCL/Receita Corrente Líquida (RCL) chegou a 40,2%, a menor das últimas duas décadas.