A prisão, essa semana, do executivo presidente da Construtora Norberto Odebrecht, deixou muita gente preocupada. Em Goiás não foi diferente. O executivo ameça “derrubar a República”, caso seja mantido em cárcere, divulgou a grande imprensa após sua prisão.
Marcelo Odebrecht foi preso no último dia 19 de junho por ordem do Juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Dr. Sérgio Moro. Era o início da 14ª fase da Operação Lava Jato, preparada meticulosamente, há meses, pelos procuradores e delegados do Paraná, em parceria com a PGR. Foi batizada de Erga Omnes, expressão em latim, um jargão jurídico usado para expressar que uma regra vale para todos – ou seja, que ninguém, nem mesmo um dos donos da quinta maior empresa do Brasil, está acima da lei.
Já se sabe que as maiores construtoras do Brasil faziam doações legais a candidatos e partidos, mas com dinheiro desviado, principalmente, da Petrobrás em contratos fraudulentos e superfaturados. As investigações avançam no sentido de se apurar se outros contratos mantidos por essas empresas e entes governamentais do Brasil afora estão também manchados com a chancela da corrupção.
Em Goiás, a Construtora Norberto Odebrecht S.A., na última campanha eleitoral para governador, fez doações ao então candidato do PSDB, e atual governador Marconi Perillo, no valor de R$ 816 mil reais, contabilizados pelo comitê financeiro único do partido. Sua subsidiária, Odebrecht Óleo e Gás, doou mais R$ 1 milhão ao candidato tucano. Além da Odebrecht, outra construtora envolvida no escândalo da Petrobrás, a construtora OAS S/A doou outros R$ 500 mil à campanha de Perillo.
A Odebrech Ambiental mantém contrato com a Saneago e tem a concessão do contrato de captação e tratamento de esgoto das cidades de Aparecida de Goiânia, Rio Verde, Trindade e Jataí. O VLT do eixo-anhanguera, em Goiânia, também seria tocado pela Consrutora Odebrecht e mais 9 (nove) concessões da Saneago, no entorno de Brasília, seriam entregues à empreiteira.
É bem provável que essas doações venham a ser objeto de investigação, já que todos os políticos que receberam repasses das empresas ligadas ao Petrolão estão sendo citados por delatores do esquema.