O Professor pós-doutor em Geografia, Tadeu Alencar Arrais, faz severas críticas ao modelo de gestão que o Governo de Goiás pretende implantar nas escolas públicas estaduais. Um dos motivos que faz o especialista torcer o nariz para a gestão por Organizações Sociais reside no fato do projeto, que, segundo ele, muda a matriz pedagógica e a matriz de investimentos públicos, não ter sido discutido com a comunidade.
De acordo com estudos realizados pelo educador, “o custo médio por aluno, de repasse para as escolas, do Proescola, para manutenção, não ultrapassa R$ 50 reais por aluno. A previsão do edital de chamamento para as OSs é de R$ 250, no mínimo, e R$ 350, no máximo. Para a menor escola, com 10 salas de aula, será destinado algo que pode chegar a R$ 1,3 milhões por ano, sem contar os aditivos”. Segundo Arrais, esses dados estão no edital.
Outro ponto negativo destacado por Tadeu Arrais, é o fato de não haver previsão segura de piso para professores: “A OS poderá…”, diz o edital. Então, para além da tensão, que não concordo, também temos que observar a retórica do não diálogo antecipado pelo Estado”, pontua.
Baseando em estudo prévio realizado pelo também professor da UFG, Doutor Rafael Saddi, Arrais diz que é assustador o vínculo partidário dos diretores das OSs até então qualificadas no âmbito do Estado de Goiás. “Um bom início de debate seria admitir, e isso o governo não faz, que as OSs terão lucro. Só assim faremos um debate maduro que não tenha como fim a agressão verbal ou mesmo um revólver na cabeça”, diz o professor.